Cerca de 200 pessoas participaram na XXXIX Assembleia Geral da CIRP, em Fátima, com foco no tema da Inteligência Artificial

Fátima, 29 mai 2025 (Ecclesia) – A Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) defende que realidade de Inteligência Artificial apresenta “desafios sociais, éticos e legais que exigem uma aposta urgente na regulamentação e um investimento na literacia digital e no trabalho intelectual”.
“Só assim será possível salvaguardar os direitos fundamentais das pessoas, superar resistências e ampliar a capacidade de discernimento e de espírito crítico para que a tecnologia esteja ao serviço da humanidade ao invés de a condicionar e escravizar”, pode ler-se na mensagem final da XXXIX Assembleia Geral da CIRP, que decorreu na terça e quartas-feiras, na Casa de Retiros Nossa Senhora do Carmo, em Fátima.
“Inteligência Artificial” foi o tema do encontro que reuniu cerca de 200 participantes, incluindo Superiores Maiores, religiosos e leigos convidados pelos Institutos, bem como elementos dos Secretariados Regionais e Comissões Nacionais.
A mensagem faz alusão ao facto de a Inteligência Artificial se revelar “útil e necessária nos dias que correm pelas potencialidades que oferece na automatização de tarefas, na otimização dos processos ou no aumento da eficiência em áreas como a saúde ou a educação, entre outras”.
“No entanto, apesar de melhorarem a nossa vida em muitos aspetos, as tecnologias de IA devem ser utilizadas com prudência, uma vez que apresentam riscos, como o desemprego, a polarização social, a desinformação, a manipulação ou a dependência tecnológica”, destaca.
No final do dia primeiro dia, dedicado à formação sobre a Inteligência Artificial, o padre Adelino Ascenso e a irmã Ângela Coelho destacaram que para enfrentar os desafios da Inteligência Artificial na Vida Consagrada é necessário apreciá-la como dom de Deus.
Além disso, entendem, é preciso assumir, com seriedade e radicalidade, uma “espiritualidade de risco” avançando sem medos, mas também sem descurar a identidade, a fraternidade e a interioridade.
Segundo a mensagem final da XXXIX Assembleia Geral da CIRP, o dia contou com a presença de diversos especialistas que “contribuíram para compreender, suscitar questões e abrir horizontes a uma realidade que já faz parte do nosso quotidiano e que está no centro da transformação da sociedade atual”.
“Inteligência Artificial: O que é? Desafios, vantagens, desvantagens e limites”, “Inteligência Artificial na perspetiva da Ética”, “Inteligência Artificial na perspetiva do Trabalho Intelectual e da Educação” e “Inteligência Artificial na perspetiva do Direito” foram temas em debate.
As próximas Assembleias Gerais da CIRP realizam-se a 17 e 18 de novembro de 2025 e 27 e 28 de abril de 2026.
LJ/