Cidade do Vaticano, 19 nov 2017 (Ecclesia) – O Papa alertou este sábado para a necessidade de respeitar os limites éticos no desenvolvimento tecnológico, para que este mantenha o bem do ser humano como prioridade.
“Nem tudo o que é tecnicamente possível é eticamente aceitável”, sustentou, ao falar perante os 83 participantes na Assembleia Plenária do Conselho Pontifício para a Cultura, que se realizou na Cúria dos Jesuítas, em Roma, sobre o tema ‘Futuro da humanidade: novos desafios para a antropologia’.
Francisco destacou que o progresso científico e tecnológico deve servir “para o bem de toda a humanidade” e que os seus benefícios não podem ser uma vantagem “apenas para poucos”.
“Deve evitar-se que no futuro haja novas desigualdades, que aumentem o abismo entre ricos e pobres, apelou.
O Papa sublinhou no seu discurso a centralidade de uma compreensão antropológica do desenvolvimento da ciência e da técnica.
“Devemos expressar a nossa gratidão aos homens e mulheres do mundo da ciência pelos seus esforços e compromisso em favor da humanidade. A ciência e a tecnologia ajudaram-nos a aprofundar os confins do conhecimento da natureza e, sobretudo, do ser humano. É preciso superar a trágica divisão entre a cultura humana e a científica”, pediu.
O discurso abordou três temas – “medicina e genética”, “neurociências” e “máquinas autónomas e pensantes” – que colocam a sociedade perante a ideia do nascimento de um novo ser humano, “superior” ao que existiu até agora.
“A Igreja, que segue com atenção as alegrias e as esperanças, as angústias e os medos dos homens do nosso tempo, pretende colocar a pessoa humana e as questões, que lhe são concernentes, ao centro das suas reflexões”, assinalou o Papa.
Francisco concluiu o seu discurso afirmando que a ciência, como qualquer outra atividade humana, sabe que tem que respeitar “limites” para o bem da humanidade e precisa de um “sentido de responsabilidade ética”.
OC