Igreja: Centenário de nascimento ajuda a lembrar figura do Beato Óscar Romero

Cidade do Vaticano, 12 ago 2017 (Ecclesia) – O postulador da Causa de Canonização do Beato Óscar Romero, D. Vincenzo Paglia, preside hoje na Catedral de São Jorge de Southwark, em Londres, a uma Missa por ocasião do centenário de nascimento do arcebispo salvadorenho.

O beato, nascido a 15 de agosto de 1917, foi morto a 24 de março de 1980, enquanto celebrava Missa, num contexto de forte tensão política em El Salvador, onde se opunha às medidas repressivas tomadas pelos militares.

A cruz de Romero conservada na catedral inglesa contém relíquias do arcebispo, beatificado em maio de 2015, numa cerimónia que reuniu centenas de milhares de pessoas na Praça do Divino Salvador do Mundo, em El Salvador.

A Rádio Vaticano assinala que o centenário do nascimento de D. Óscar Romero vai ser assinalado numa celebração ecuménica, a 23 de setembro, na presença de representantes de todas as Igrejas cristãs na Inglaterra.

D. Vincenzo Paglia disse à emissora pontifícia que o beato é “uma das testemunhas que marcou a história da Igreja, a partir do Vaticano II”.

Já o diretor do jornal do Vaticano, Giovanni Maria Vian, escreve no ‘Osservatore Romano” que D. Óscar Romero é um “dos cristãos mais conhecidos” do mundo contemporâneo.

“Em 1983, diante do seu túmulo, rezou João Paulo II, o qual em 1997 autorizou a abertura da causa de canonização, mas esta só foi retomada em 2012, por decisão de Bento XVI e depois de Francisco, até chegar à beatificação como mártir em 2015”, recorda.

Oscar Arnulfo Romero nasceu em agosto de 1917 em Ciudad Barrios (El Salvador), numa família de modestos recursos; aos 14 anos, entrou no seminário, mas seis anos depois afastou-se para ajudar a família e passou a trabalhar nas minas de ouro, com os irmãos.

Após retomar os estudos, foi enviado a Roma para estudar Teologia e foi ordenado sacerdote em 1942, altura em que regressa a El Salvador e assume uma paróquia do interior, seguindo depois para a Catedral de San Miguel, onde fica durante 20 anos.

Em 1970 foi nomeado pelo Papa Paulo VI como bispo auxiliar de São Salvador; em 1974 foi escolhido para dirigir a diocese de Santiago de Maria, no meio de um contexto político de forte repressão.

Um ano depois, a Guarda Nacional executou cinco camponeses e D. Oscar Romero celebrou uma Missa pelas vítimas.

Em 1977, D. Óscar Romero é nomeado arcebispo de San Salvador e, pouco tempo depois, é assassinado o padre jesuíta Rutílio Grande, de quem era muito próximo.

Segundo os seus biógrafos, este é o momento em que o arcebispo se assume como voz dos oprimidos, denunciando a repressão, a violência do Estado e a exploração imposta ao povo pela aliança entre os setores político-militares e económicos.

Após o golpe de Estado de 1979, a junta que assume o poder promove o assassínio de centenas de civis, entre eles sacerdotes, e a guerrilha responde com execuções sumárias.

A 24 de março de 1980, D. Oscar Romero foi assassinado por um franco-atirador, enquanto presidia à Missa na capela do Hospital da Divina Providência, em São Salvador; esta é a data da memória litúrgica do novo beato.

OC

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Agência ECCLESIA

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