Abertura de Ano Jubilar extraordinário e exposição temporária entre as celebrações que decorreram nos lugares que foram palco dos acontecimentos

Fátima, 11 dez 2025 (Ecclesia) – As cidades de Fátima e Pontevedra (Espanha) assinalaram, esta terça e quarta-feira, o centenário das aparições de Nossa Senhora a Lúcia, na Galiza, com várias celebrações e atividades.
O Santuário de Fátima promoveu, na quarta-feira, uma visita à nova exposição temporária “Refúgio e Caminho”, que assinala esta data e que reúne objetos pessoais de Lúcia, peças artísticas de grande relevância, entre elas duas classificadas como Tesouro Nacional, e instalações sensoriais que propõem uma experiência contemplativa única.
No mesmo dia, as missas celebradas na Cova da Iria foram da memória votiva do Imaculado Coração de Maria, tendo capelão daquele lugar celebrado a Eucaristia das 11h, onde enquadrou as aparições de Pontevedra como parte integrante e continuação das de 1917.
“Aqui, Nossa Senhora tinha dito que havia de vir pedir a consagração da Rússia e a devoção reparadora dos primeiros sábados e cumpriu a sua promessa, em Pontevedra”, explicou o padre João Paulo Quelhas, citado pelo Santuário de Fátima.
Na homilia refletiu, o sacerdote refletiu particularmente sobre o pedido de companhia na meditação dos mistérios da vida de Jesus que Nossa Senhora deixou na devoção dos primeiros sábados.
O capelão do Santuário de Fátima destacou o papel de Maria como mestra e educadora, sublinhou a fonte inesgotável de graças do Coração Imaculado de Nossa Senhora e exortou a uma colaboração ativa na reparação.
“Nós não somos simples espetadores de tudo o que aconteceu. A Virgem Santa quer envolver-nos nesta grande e necessária obra que é interceder, que é rezar, que é reconciliar o mundo com Deus, tendo como caminho o seu Coração Imaculado”, indicou o padre João Pedro Quelhas, que lançou o apelo à assembleia para amar Jesus “de todo o coração”, tal como Maria o fez.
Na celebração, que contou com a participação de um ensemble do Serviço de Música Sacra do Santuário, as preces da oração universal partiram da devoção ao Imaculado Coração de Maria.
Em Pontevedra (Espanha), o programa incluiu a celebração de uma Missa solene presidida pelo arcebispo de Santiago de Compostela, tendo D. Francisco Prieto Fernandez deixado um forte apelo à esperança e à consolação espiritual através da fé.
Na homilia, lembrou que a Virgem Maria foi a primeira discípula e mãe, que ensina a esperar em Deus e a encontrar descanso no Imaculado Coração, e sublinhou que o amor de Deus é uma força transformadora e reparadora, mais forte do que a guerra e o pecado, e desafiou os fiéis à confiança e à conversão.
O arcebispo reforçou a importância histórica de Pontevedra como local de aparições testemunhadas pela Irmã Lúcia, recordou o apelo que Maria deixou para que se consolasse o seu coração coberto de espinhos e afirmou que a carga se torna leve quando é transportada com amor e que a oração fortalece a alma.
No dia anterior, terça-feira, a Basílica de Santa María la Mayor de Pontevedra, em Espanha, acolheu a sessão solene de abertura do Ano Jubilar extraordinário, centrado nas aparições de Nossa Senhora a Lúcia de Jesus, em 1925 e 1926; quando esta cumpria, na casa do Instituto de Santa Doroteia, naquela cidade galega, uma das etapas da sua formação para a vida religiosa.
Segundo informa o Santuário de Fátima, no ato de abertura, em que participaram o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, e do diretor do Departamento de Estudos, Marco Daniel Duarte, o arcebispo de Santiago de Compostela, sublinhou a singularidade das aparições em Pontevedra, recordando que Maria escolheu uma casa simples para transmitir a sua mensagem.
De acordo com D. Francisco Prieto Fernandez, Maria escolheu um espaço doméstico e humilde para transmitir uma mensagem destinada a recordar que a fé nasce primeiro dentro de casa, no quotidiano simples onde se aprende o respeito, a ternura e a responsabilidade.
O arcebispo de Santiago de Compostela relacionou a espiritualidade de Pontevedra com os desafios atuais que atingem os lares e as relações familiares, tendo apontado as pressões laborais, a mobilidade constante, a incerteza económica e a solidão crescente como fatores que corroem a estabilidade e o bem-estar doméstico.
A sessão de abertura do Ano Jubilar integrou uma visita à Casa do Imaculado Coração de Maria, onde ocorreram as aparições, tendo, na ocasião, o padre Carlos Cabecinhas destacado a profunda experiência espiritual vivida diariamente pelos peregrinos que ali chegam “com o coração ferido” e encontram consolo através da presença materna de Maria.
O arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, o arcebispo de Saragoça, D. Carlos Escribano, e o bispo de Orense, D. Leonardo Montanet, também fizeram parte deste momento.
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Aparições de Nossa Senhora à Irmã Lúcia, em Pontevedra e Tuy A 10 de dezembro de 1925, Nossa Senhora apareceu a Lúcia no seu quarto, na Casa que as Doroteias possuíam em Pontevedra, onde a vidente cumpria o seu postulantado (etapa inicial de discernimento da sua formação religiosa). Segundo o livro das suas memórias, “a Virgem Maria mostrou-lhe o Seu Coração cercado de espinhos e fez o pedido da comunhão reparadora nos primeiros sábados”. A 15 de fevereiro de 1926, o Menino Jesus apareceu a Lúcia, no quintal da mesma casa, para aprofundar as condições da comunhão reparadora nos primeiros sábados que Nossa Senhora lhe havia transmitido dois meses antes. |
LJ/OC



