Comissão Histórica entregou conclusões e deixa processo mais próximo do Vaticano
Lisboa, 10 out 2019 (Ecclesia) – A Comissão Histórica do processo de canonização do Padre Cruz (1859-1948) encerrou o seu trabalho e apresentou as suas conclusões, deixando assim a causa mais próxima da segunda fase, no Vaticano.
A informação foi enviada hoje à Agência ECCLESIA, em comunicado, pelo Gabinete de Comunicação da Companhia de Jesus em Portugal, o qual fala num “novo fôlego” no processo de canonização.
A Comissão Histórica apresentou a relação dos seus trabalhos ao Tribunal Eclesiástico da Causa no dia 1 de outubro.
Os peritos afirmaram “nada ter encontrado” que impeça a canonização.
“Com a conclusão desta etapa da missão desta comissão de peritos – que traçou o contexto histórico da vida do Padre Cruz, fez um juízo sobre a sua personalidade e espiritualidade e atestou da autenticidade dos documentos encontrados – o processo de canonização do Servo de Deus P. Francisco Rodrigues da Cruz, iniciado em 1950, entra agora numa nova fase, estando mais perto de ser enviado para o Vaticano”, pode ler-se na nota de imprensa.
Para o vice-postulador da causa de canonização, padre Dário Pedroso, “este momento foi de grande alegria e de muita ação de graças a Deus.
Esta foi a terceira comissão histórica nomeada na Causa do Padre Cruz, tendo concluído o processo em dez meses.
A tramitação do processo relativo a um católico morto com fama de santo passa por etapas bem distintas.
Aos bispos diocesanos compete o direito de investigar acerca da vida, virtudes ou martírio e fama de santidade ou de martírio, milagres aduzidos, e ainda, se for o caso, do culto antigo do Servo de Deus, cuja canonização se pede.
Este levantamento de informações é enviado à Santa Sé: se o exame dos documentos for positivo, o “servo de Deus” é proclamado “venerável”.
A segunda etapa do processo consiste no exame dos milagres atribuídos à intercessão do “venerável”; se um destes milagres é considerado autêntico, o “venerável” é considerado “beato”.
Quando após a beatificação se verifica um outro milagre devidamente reconhecido, o beato é proclamado “santo”.
A canonização, ato reservado ao Papa, é a confirmação por parte da Igreja de que um fiel católico é digno de culto público universal (no caso dos beatos, o culto é diocesano) e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.
A Companhia de Jesus em Portugal destaca que “são inúmeros os documentos que atestam a dedicação do Padre Cruz ao próximo, bem como a sua vida piedosa e de intensa de oração”.
Francisco Rodrigues da Cruz, popularmente conhecido como ‘Santo Padre Cruz’, nasceu a 29 de julho de 1859 e faleceu a 1 de outubro de 1948, oito anos depois de se ter tornado jesuíta, aos 80 anos de idade, “numa altura em que já tinha uma vida de santidade e um apostolado intenso”, como sublinha o padre António Júlio Trigueiros, presidente da Comissão Histórica.
O Padre Cruz estudou Teologia em Coimbra e foi ordenando sacerdote em 1882; está sepultado num jazigo da Companhia de Jesus, no Cemitério de Benfica, respeitando assim um desejo do próprio.
OC