Igreja: Católicos de Rito Bizantino e ortodoxos celebram alegria de Natal, apesar das limitações

Padre Ivan Hudz acompanha comunidade ucraniana no Alentejo e fala em momento de festa, que contrasta com a pandemia

Évora, 06 jan 2021 (Ecclesia) – O padre Ivan Hudz, que acompanha a comunidade ucraniana na Arquidiocese de Évora e Diocese de Beja, destacou que a celebração do Natal, mesmo com limitações, “é sempre” oportunidade para “reunir e prestar culto divino” nas suas tradições”.

“Vai ser com limitações mas é sempre um momento, estando fora do nosso país, da nossa pátria, para reunir e prestar culto divino nas nossas tradições, na nossa espiritualidade, partilhando esta alegria neste tempo de desgraça, como chamamos, mas sempre com esperança que a luz de Cristo que vai nascer vai iluminar estas trevas das nossas dúvidas, de falta de fé”, disse hoje o sacerdote, em declarações à Agência ECCLESIA.´

As comunidades que seguem o antigo calendário juliano começam esta noite três dias de festa, que incluem o Natal e as celebrações da Sagrada Família e de Santo Estêvão, primeiro mártir cristão.

O padre Ivan Hudz, que acompanha a comunidade Greco-Católica Ucraniana na Arquidiocese de Évora e Diocese de Beja, preside hoje à liturgia de Natal, às 21h00, na igreja da Graça, em Évora.

O sacerdote revela que nos “últimos dias” pensou na homilia que vai dizer aos “compatriotas que estão longe da sua família” e lembra que o Papa Francisco “mostra sempre, e várias vezes diz”: “Não temais, a luz de Deus e misericórdia é superior a todas as dificuldades”.

“Quem quer viver deve aprender a amar, sejamos sós ou com a família, o amor é a verdadeira luz que Deus nos ensinou, por isso, chamamos cristãos. E para todos os cristãos nestes dias de provação, e também para os meus paroquianos de rito latino, enquanto estamos com Deus não devemos temer nada”, acrescentou.

Os católicos de Rito Bizantino e a maioria dos ortodoxos vão celebrar a 7 de janeiro o nascimento de Jesus, que começa a ser vivido hoje com um dia de jejum, Missa, e o encontro entre familiares e amigos à mesa.

“Nestas celebrações segundo o nosso rito e a nossa tradição mostramos também a nossa cultura e a nossa fé e podemos partilhar com outras pessoas que são iguais, têm a mesma fé, mas prestam culto divino de outra maneira”, assinalou o pároco de Alcáçovas, Torrão e São Romão do Sado, na Arquidiocese de Évora.

Neste contexto, o padre Ivan Hudz assinala que “aparecem sempre alguns portugueses” nas celebrações da comunidade Greco-Católica Ucraniana, “pessoas que gostam de partilhar esta alegria”.

O padre Ivan Hudz acrescenta que esta quinta-feira preside à celebração do Natal para a comunidade Greco-Católica Ucraniana, às 19h30, e na sexta-feira também, no “segundo dia do Natal”, seguindo “o calendário como na Ucrânia na Igreja Católica de Rito Bizantino”.

calendário solar juliano foi criado em 45 a.C. pelo imperador romano Júlio César e difere do calendário gregoriano, utilizado no Ocidente; quando entrou em vigor, em 1582, o Natal era celebrado com 10 dias de diferença e, ao longo de quase 500 anos, a diferença aumentou em mais três dias.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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