Igreja Católica nos EUA divulga normas para proteger crianças de abusos

A Igreja Católica nos EUA divulgou esta Segunda-feira um conjunto de comportamentos para proteger as crianças de abusos por parte de adultos que vai ser ensinado às crianças a partir do ano lectivo 2010/11.

A iniciativa, que se estende às escolas e paróquias de todo o país, foi lançada pelo Secretariado para a Protecção de Crianças e Jovens da Conferência Episcopal norte-americana.

O programa salienta que os abusos devem ser denunciados e que as crianças precisam de entender que é necessário contá-los aos pais ou responsáveis, dado que a “vergonha” desses actos deve recair sobre aquele que o comete.

“O abuso nunca é culpa da criança”, “Deus ama sempre as crianças e deseja que vivam vidas felizes e santas”, “Você pode reconhecer um abuso quando ele ocorre”, “Há formas de detectar um processo de aproximação indevido” e “As crianças podem defender-se a si mesmas” são algumas das mensagens que vão ser difundidas e explicadas nas escolas e paróquias.

Os responsáveis chamam a atenção para a ajuda que pode ser prestada pelos pais e educadores e sublinham que as crianças podem erguer “barreiras pessoais” a abordagens indesejáveis.  

De acordo com a Igreja Católica nos EUA, mais de dois milhões de adultos em 193 dioceses foram treinados para reconhecer o comportamento dos abusadores e executar medidas que detenham os seus comportamentos.

Os responsáveis eclesiais assinalam que as verificações ao historial de pessoas que estão em contacto com crianças e jovens abrangeram dois milhões de voluntários e funcionários, 52 mil membros do clero e mais de 6200 candidatos à ordenação.

Todas as dioceses têm Códigos de Conduta que, além de estipularem as atitudes autorizadas e proibidas, encorajam a denúncia de comportamentos suspeitos, refere o documento intitulado “O que é que a Igreja Católica tem feito para responder efectivamente ao abuso sexual por pessoal da Igreja?”

O texto sublinha que desde 2002 tem sido seguida uma política de “Tolerância Zero”: um só abuso sexual comprovado na sequência de um processo que cumpra os procedimentos do Direito Canónico é o suficiente para que o padre ou diácono envolvido seja “permanentemente afastado do ministério”, não se excluindo “a demissão do estado clerical”.

Em 2009, as dioceses norte-americanas gastaram o equivalente a quase 5 milhões de euros em terapia para as vítimas de abuso sexual de menores.

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