Igreja Católica no Iraque

No mesmo local onde nasceu Abraão há uma Igreja autónoma, em comunhão com Roma, possuidora de ritos litúrgicos próprios: a Igreja Patriarcal Católica Caldeia tem cerca de um milhão de fiéis em todo o mundo e perto de metade desses fiéis encontra-se no Iraque, onde está a sede do Patriarcado dos caldeus. A Igreja Caldeia é uma das mais respeitadas e livres do mundo árabe. Quem ler os jornais do país, poderá constatar que o Patriarca de Babilónia dos Caldeus, Raphael I, é considerado pela população e pelas autoridades iraquianas como um interlocutor importante e autorizado. Sendo uma minoria neste país (3%) a importância histórica e sentimental destas comunidades que ainda hoje celebram em aramaico, a língua de Jesus, nunca foi menosprezada. O responsável por esta Igreja na Congregação para as Igreja Orientais, no Vaticano, D. Antonios Mina, descreve os fiéis da Igreja Caldeia como “seguidores da vontade do Papa que procuram responder às necessidades espirituais e materiais deste povo, seja com ajuda económica, seja formando agentes de pastoral”. Em entrevista à Agência Fides, este responsável afirma estar consciente de que os católicos de todo o mundo têm os olhos virados para a Igreja no Iraque e fala da reacção do seu povo à possibilidade de uma ataque internacional. “O povo iraquiano vê a guerra como uma injustiça absoluta, porque já sofre os efeitos do embargo e há uma espécie de doutrinação que coloca a responsabilidade de todo o seu sofrimento em causas externas ao regime de Saddam”. A miséria e o sofrimento social também se fazem sentir na Igreja Caldeia, que progressivamente vê diminuir os seus meios de evangelização. A fé, porém, não esmorece. “Os nossos têm uma Fé profunda, nesta hora de sofrimento apegam-se muito a Deus e testemunham com a sua vida a salvação em Cristo”, destaca D. Antonios Mina. Sublinha-se a liberdade de movimento de que gozam os cristãos no Iraque, sobretudo comparando-se com a repressão que enfrentam, por exemplo, os poucos cristãos que vivem na Arábia Saudita. É esta liberdade que lhes permite a celebração do culto, organizar-se como cristãos e, sobretudo, sustentar obras de solidariedade. A Igreja católica tem inclusive uma universidade teológica em Bagdad, filiada já há alguns anos com a Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma.

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