A Igreja Católica na Terra Santa pediu o fim das ofensivas militares “antes que seja demasiado tarde”. O exército israelita intensificou ontem a ofensiva no Sul da Faixa de Gaza, com uma incursão ainda maior no campo de refugiados de Rafah, provocando a morte de pelo menos oito palestinianos e a demolição de oito casas. O novo responsável pela Custodia da Terra Santa, Pe. Pierbattista Pizzaballa, defendeu que “a violência gera ódio, medo e retaliação; seguindo por este caminho não chegaremos a nenhum lado”. “É preciso parar antes que seja demasiado tarde”, disse o Franciscano à agência italiana SIR. Nos três dias de operação “arco-íris”, que o Estado hebraico diz ser essencial para evitar a chegada de armas à Faixa de Gaza, morreram já mais de 40 palestinianos, muitos dos quais civis, e os 60 mil residentes do campo, que está cercado pelo exército, têm sofrido com a falta de energia eléctrica, de água e de comida. A Igreja Católica na região contesta ainda a construção da barreira de segurança na Cisjordânia. O delegado da Comissão “Justiça e Paz” da Custódia Franciscana da Terra Santa enviou à Comissão de Direitos Humanos da ONU uma mensagem onde diz que a situação “é cada vez mais desastrosa”. “Há poucos dias, mais de 200 casas na Faixa de Gaza foram demolidas”, acusa. O Custódio Pizzaballa, por seu lado, diz que “o muro não é resposta, porque separa as pessoas das aldeias, escolas e hospitais”. “A história ensina-nos que todos os muros caem, mais tarde ou mais cedo. É uma resposta de medo que não tem perspectivas de futuro”, concluiu.
