A Santa Sé exigiu hoje que o mundo islâmico permita que cada pessoa viva a sua fé, no respeito absoluto pela liberdade religiosa. A posição foi assumida pelo antigo líder da diplomacia do Vaticano, o Cardeal Jean-Louis Tauran, numa conferência sobre o diálogo entre o Islão e o Cristianismo a decorrer no Qatar. “No diálogo inter-religioso é importante que todas as pessoas permaneçam fiéis à própria fé. Por esse motivo, a liberdade de religião é importante e absolutamente necessária”, referiu o actual bibliotecário e arquivista da Santa Sé, numa intervenção registada pela agência Sir. Os trabalhos da assembleia anual da Comissão para as relações religiosas com os Muçulmanos do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso prolongam-se até ao dia 29 de Maio. Os dois últimos dias do encontro decorrerão à porta fechada, com um debate alargado sobre o tema da liberdade religiosa. O Vaticano envia ao encontro uma representação de peso: além do referido Cardeal Tauran estarão presentes o arcebispo Michael Louis Fitzgerald, responsável pelo Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, e o arcebispo Pier Luigi Celata, secretário do mesmo Conselho. Na manhã de hoje, D. Jean-Louis Tauran defendeu que “a liberdade religiosa é um importante instrumento de paz, porque torna os crentes mais conscientes de pertencerem à mesma família humana e, portanto, irmãos”. O responsável católico pediu aos líderes políticos que não tenham medo da Religião, explicando que “os verdadeiros crentes sabem trabalhar para o bem da sociedade e são um antídoto para o fanatismo, por saberem que matar em nome da Religião é uma abominação que ofende Deus e que não há nenhuma autoridade, política ou religiosa, que possa justificá-lo”.
