A Igreja Católica na Venezuela pediu esta quarta-feira ao Governo que respeite os direitos dos cidadãos detidos quando se manifestavam em protesto pela não renovação da licença à RCTV, o mais antigo canal de televisão do país. “Recordamos ao Estado venezuelano que, de acordo com os compromissos derivados do Direito Internacional, tem a obrigação de respeitar de maneira efectiva e tangível todos os direitos humanos dos seus habitantes”, refere o comunicado assinado por representantes da Comissão Justiça e Paz, da Pastoral Social Cáritas e da Vigararia da Arquidiocese de Caracas. O comunicado surge num momento em que, segundo as autoridades venezuelanas, pelo menos 107 indivíduos menores de se encontram detidos, por suspeita de participarem em acções de violência, em diferentes cidades venezuelanas. A Igreja diz ainda que “repudia qualquer tipo de atentado contra a dignidade da pessoa humana” e pede a todos os venezuelanos que “trabalhem pela paz, a reconciliação e o respeito pela dignidade humana”. A Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) tinha emitido segunda-feira um comunicado no qual pedia aos cidadãos, “seja qual for sua condição, cargo ou simpatia política (…) que se abstenham de qualquer acto violento”. O comunicado, assinado por D. Ramón Viloria, Bispo de Puerto Cabello e secretário-geral da CEV, convida o país a implorar do Senhor da Paz e da Misericórdia a capacidade de reconstruir a concórdia que sempre caracterizou o povo venezuelano. “Nós, os venezuelanos – assinala -, desde os primórdios da nossa história, fomos homens e mulheres que amam a paz, que confiam na Providência divina, que vivem na amizade mais simples, que constróem juntos, que se aceitam ainda que haja diferenças ideológicas ou de outro tipo, que defendem os seus direitos com valentia, mas sem violência e com respeito pelos outros”.