Cardeal Kasper sublinha avanços no diálogo teológico O Cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, considera que as relações entre a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas estão a melhorar de forma significativa. Prova disso foi o retomar, na semana passada, dos trabalhos da Comissão mista internacional para o diálogo teológico católico-ortodoxo, sobre o tema “A Teologia da comunhão”. “Penso que encontrámos muitos pontos de contacto, mesmo se há, evidentemente, dificuldades que são bem conhecidas. Como se discutiu numa atmosfera serena e positiva, contudo, temos a esperança de que se possa avançar”, disse o Cardeal alemão à Rádio Vaticano. A nona sessão plenária da Comissão para o diálogo teológico ocorreu em Belgrado, após quase seis anos de paragem, devido a desentendimentos sobre o estatuto das Igrejas Católicas do Oriente, chamadas “uniatas” pelos Ortodoxos. Mais de 60 especialistas discutiram, de 18 a 25 de Setembro, temas fundamentais para o caminho ecuménico. O Cardeal Kasper, que presidiu à delegação católica, sublinhou a importância de se ter dado “um passo em frente”, com a discussão da relação, na Igreja, entre conciliaridade e autoridade a nível local, regional e universal. A comissão mista de diálogo entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa conheceu fortes dificuldades na última década, mas o empenho do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla permitiu o regresso aos trabalhos. Foram reorganizadas as duas Comissões de diálogo, compostas por 30 membros de cada parte, e o comité de coordenação, que é um instrumento técnico que prepara as sessões plenárias da Comissão. Para o presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, é fundamental sublinhar a “atmosfera fraterna, positiva e construtiva” em que decorreu o encontro de Belgrado, apesar das questões levantadas pelo representante da Igreja Ortodoxa russa, o Bispo Hilarion – de ordem interna e relativas ao primado de honra da sede de Constantinopla entre as Igrejas Ortodoxas, algo que a Igreja Católica não entende ser sua missão discutir.