Igreja: Cartório Paroquial de Barcelos tem portas abertas no coração da cidade para «estar com as pessoas»

Serviço funciona numa rua movimentada da cidade, há dez anos

Foto: C. M. Barcelos

Barcelos, 11 ago 2021 (Ecclesia) – O Cartório Paroquial de Barcelos, na Arquidiocese de Braga, funciona há dez anos numa loja, no centro da cidade, com o objetivo de ser “um espaço para estar com as pessoas”, disse à Agência ECCLESIA o padre Abílio Cardoso.

“Eu sentia necessidade de estar próximo das pessoas, a residência paroquial, onde funcionava o cartório, estava fora do local habitual de passagem das pessoas, surgiu uma oportunidade, um prédio que não estava a ser utilizado, inicialmente houve uma cedência e depois adquirimos o prédio e recuperámos”, explica o pároco.

O Cartório Paroquial encontra-se situado na Rua D. António Barroso, número 116, a escassos metros da Igreja Matriz, numa rua pedonal no coração da cidade de Barcelos.

“Todos os dias a porta está aberta e o pároco disponível, há uma organização de trabalho diferente e ali percebemos que é um espaço para estar com as pessoas, e para as pessoas terem uma resposta, sabendo com o que podem contar, a Igreja marca presença para dar a mensagem de Jesus Cristo e é isso que fazemos”, refere o sacerdote.

O pároco de Santa Maria Maior de Barcelos foi-se “habituando ao espaço”, desde 2011, e notou uma grande diferença,

“Aqui as pessoas passam, entram, conversam, pedem alguma coisa, espreitam a montra e suas informações”, destaca o sacerdote, afirmando que se sentiu “no meio do povo de Deus”.

Considero que há um atendimento normalizado, acessível e eficaz, tenho de destacar ainda que esta situação é o rosto da paróquia acessível e temos uma pessoa jovem, que contratámos para estar neste espaço, o que dá boa presença neste espaço de acolhimento, sendo um primeiro contacto”.

Neste “espaço com dignidade” todos os dias a porta está aberta a par com as lojas de comércio tradicional, “com aceitação e respeito entre todos”, e o entrevistado confirma que “o número de pedidos de atendimento do sacerdote aumentou”. 

“Numa cidade como Barcelos vive-se uma cristandade que passou mas que está presente, por muito que lutem pelo contrário, as pessoas consideram costumes e tradições sem adesão à pessoa de Jesus Cristo e esse é o grande desafio da Igreja de hoje, para despertar algo mais profundo na fé”, aponta o padre Abílio Cardoso, de 68 anos.

Uma década depois da inauguração, o sacerdote considera que “o cartório já faz parte da cidade” e se tornou normal a sua presença, “a porta da paróquia aberta para todos”, além do boletim paroquial e das redes sociais.

Marília Andrade é o rosto que há mais de dez anos trabalha no Cartório paroquial e assume cada dia como “uma missão”.

Foto: Padre Abílio Cardoso

“Estou lá para atender as pessoas e fazer todos os trabalhos relacionados com a paróquia, aparece muita gente só para conversar comigo, a maioria são pessoas de mais idade que precisam de companhia, depois outras pessoas para tratar de documentos, seja batismos ou casamentos”, explica à Agência ECCLESIA. 

A colaboradora, natural da freguesia de Carapeços, é ainda “surpreendida” com algumas pessoas que aparecem no Cartório apenas para conhecer a loja. 

“Às vezes, no verão, aparecem emigrantes e entram a perguntar que loja é e também estrangeiros que ficam espantados com o espaço, mas depois há pessoas dali que nem sabem que o cartório existe ali, na rua principal de Barcelos, passam e nem reparam”, lamenta. 

Outra das tarefas de Marília Andrade é a preparação da montra do Cartório Paroquial em cada momento especial do ano litúrgico. 

“Normalmente a montra tem cartazes, avisos, informações mas também propostas de leitura e, em tempos fortes, como a Quaresma, Páscoa, Advento e Natal preparamos a montra de forma mais alusiva; por exemplo também decorámos quando recebemos a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima”, relata.

O Cartório Paroquial de Barcelos foi inaugurado, em setembro de 2011, pelo arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, que reconheceu a importância do “espaço para a pastoral hodierna” e considerou que “o tempo que se dedica ao atendimento paroquial não é tempo perdido: é tempo de evangelização! Que tudo seja feito com coração que sabe, exige e acolhe, levando a sério as pessoas e, juntamente com elas, pensar nas respostas”. 

SN

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Agência ECCLESIA

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