Pais e irmãos do novo beato participaram na celebração que, com São Francisco, inspira o Prémio «Economia da Fraternidade
Assis, Itália, 10 out 2020 (Ecclesia) – O cardeal Agostino Vallini presidiu hoje à beatificação de Carlo Acutis, em Assis, na presença dos pais, Andrea e Antonia, e os dois irmãos do jovem que morreu aos 15 anos, com fama de santidade.
“Acutis testemunhou que a fé não nos afasta da vida, mas nos mergulha mais profundamente nela, indicando-nos o caminho concreto para viver a alegria do Evangelho. Cabe-nos percorrê-lo, atraídos pela fascinante experiência do Beato Carlo, para que também a nossa vida possa resplandecer de luz e esperança”, afirmou o cardel Vallini, presidente da celebração e representante pontifício.
“Concedemos que o Venerável Servo de Deus Carlos Acutis, leigo, que, com o entusiasmo da juventude cultivou amizade com o Senhor Jesus, a partir de agora seja chamado Beato e que seja celebrado todos os anos em 12 de outubro, dia de seu nascimento ao céu” (fórmula de beatificação de Carlo Acutis).
Para o cardeal, que é também o representando do Papa para a Diocese de Roma, Carlo Acutis “tinha o dom de atrair e era visto como exemplo”.
“Desde criança, sentia a necessidade da fé e tinha o olhar voltado para Jesus”, afirmou, citado pelo portal VaticanNews.
“Oração e missão: estes são os dois traços distintivos da fé heroica do Beato Carlo Acutis que, no decorrer da sua breve vida, o levou a confiar-se ao Senhor em todas as circunstâncias, especialmente nos momentos mais difíceis”, acrescentou o cardeal Vallini.
Carlo Acutis nasceu em maio de 1991, em Londres onde os pais estavam a trabalhar, e faleceu em setembro 2006, em Monza (Itália), com 15 anos, vítima de uma leucemia fulminante, tendo sido apresentado desde logo como modelo de santidade e um “génio” da informática”.
No fim da celebração, o arcebispo de Assis-Nocera Umbra–Gualdo, D. Domenico Sorrentino, anunciou a instituição do Prémio Internacional Francisco de Assis e Carlo Acutis por uma Economia de Fraternidade, com o objetivo de “ser um estímulo” para a renovação da economia.
Desde o dia 1 de outubro, após uma Missa presidida pelo bispo de Assis, D. Domenico Sorrentino, no Santuário do Despojamento, o túmulo de Carlo Acutis foi aberto, no contexto da beatificação, para um período de veneração que termina no dia 17, às 10h30 locais.
Os pais de Carlo Acutis esperam que, “pela exposição do corpo, os fiéis possam elevar com mais fervor e fé as orações a Deus”.
“O verdadeiro milagre de Carlo Acutis é a conversão de fiéis”, referiu o reitor do santuário do Despojamento, frei Carlos Acácio Gonçalves Ferreira, Franciscano Capuchinho brasileiro.
Em Portugal foi publicado, em 2019, o livro ‘Não eu, mas Deus – Biografia espiritual de Carlo Acutis’ onde o padre Ricardo Figueiredo, do Patriarcado de Lisboa, apresenta a história de vida do jovem que descobriu quando foram aprovadas as suas virtudes heroicas, em julho de 2018.
“Carlo começa desde pequenino a dar sinais de fé e de amor a Jesus, com várias histórias que se vão contando, das amas, da própria mãe”, disse em entrevista à Agência ECCLESIA.
Segundo o padre Ricardo Figueiredo, autor do livro publicado pela Paulus Editora, Carlo Acutis cresceu com um percurso “normal de vida”, é um “jovem normalíssimo na escola”, onde também “cuida da vida cristã” e em frente aos colegas “mostra o desejo de ter formação cristã”, por exemplo, num debate na sua turma, foi “o único contra o aborto”, revelou-se também “um grande informático” e, por isso, espera que o jovem venha a ser declarado como santo padroeiro dos informáticos, mostrando “como a informática é meio de santificação pessoal e também dos outros”.
O livro ‘Não eu, mas Deus – Biografia espiritual de Carlo Acutis’ tem também uma memória fotográfica onde mostra a passagem do futuro beato por Portugal, nomeadamente Lisboa e Fátima.
CB/PR