Igreja: Cáritas Internacional reúne-se em assembleia geral eletiva, alertando para efeitos da guerra na Ucrânia

Organização mundial quer «trabalhar melhor» em favor dos «mais pobres e vulneráveis»

Cidade do Vaticano, 09 mai 2023 (Ecclesia) – A confederação internacional da Cáritas vai eleger uma nova direção, para os próximos quatro anos, numa assembleia geral que se realiza de 11 a 16 de maio, em Roma, com o tema ‘Construir novos caminhos de fraternidade’.

“Os delegados da Cáritas refletirão sobre como trabalhar melhor, juntos, em prol dos mais pobres e vulneráveis. Milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas por múltiplas crises, como a guerra na Ucrânia, as consequências da pandemia de Covid-19, das alterações climáticas ou da insegurança alimentar”, informa o Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral, da Santa Sé.

‘Construir novos caminhos de fraternidade’, inspirado na Encíclica ‘Fratelli tutti’ do Papa Francisco, é o tema da assembleia geral da ‘Caritas Internationalis’, que se realiza entre quinta-feira e a próxima terça-feira, de 11 a 16 de maio.

Vão participar nesta assembleia cerca de 400 delegados, que representam as 162 organizações Cáritas que estão presentes em 200 países e territórios do mundo, incluindo Portugal, e que vão eleger a nova direção da Confederação da Cáritas – o presidente, o secretariado geral e o tesoureiro – de 2023 a 2027.

Do programa destaca-se uma audiência privada com o Papa Francisco e uma mesa-redonda sobre os desafios e o papel da Cáritas no mundo, com a participação do secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, D. Paul Richard Gallagher.

A assembleia geral vai ter ainda intervenções do prefeito do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Michael Czerny, e do secretário-geral do Sínodo dos Bispos, o cardeal Mario Grech, informa o dicastério da Santa Sé, no seu sítio online.

A rede da Caritas Internationalis, que está presente em todos os continentes e várias regiões em específico – Europa, África, Ásia, Oceânia, América do norte, do sul, no Caribe e no Médio Oriente -, informa que a sua missão reflete a “missão social e os valores centrais da Igreja Católica”, acreditam na “dignidade, solidariedade e mordomia em nome das pessoas mais vulneráveis do mundo”.

Em Portugal, a Cáritas é uma rede nacional de 20 Cáritas Diocesanas distribuídas pelo território continental e regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

A 22 de novembro de 2022, o Papa nomeou o consultor italiano Pier Francesco Pinelli como comissário extraordinário para gerir a confederação internacional da Cáritas, escolhendo ainda o padre Manuel Morujão, jesuíta português, para o acompanhamento espiritual.

O decreto de Francisco foi publicado pela sala de imprensa da Santa Sé, acompanhado por um comunicado de imprensa do Vaticano, destacando que a decisão visa “relançar o serviço da ‘Caritas Internationalis’”.

Francisco considerou necessária uma revisão do atual quadro legal da confederação internacional da Cáritas, designando Pier Francesco Pinelli como comissário extraordinário, iniciando funções a partir de 22 de novembro de 2022.

Segundo o Vaticano, “após uma avaliação de seu desempenho por uma comissão independente, a administração da ‘Caritas Internationalis’ foi colocada sob administração temporária com o objetivo de melhorar as suas normas e procedimentos de gestão – embora a gestão financeira seja correta e os objetivos de captação de recursos tenham sido alcançados – e assim servir melhor as organizações membros da confederação em todo o mundo”.

“O trabalho realizado não revelou qualquer evidência de má administração financeira ou comportamento inadequado de natureza sexual, mas, ao mesmo tempo, foram destacadas questões e áreas que requerem atenção urgente. Foram encontradas deficiências nos procedimentos de gestão que tiveram um efeito negativo também no espírito de equipa e na moral dos funcionários”, acrescenta o comunicado de imprensa.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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