Igreja: Bispos recordam legado de D. José Policarpo

Patriarca emérito de Lisboa faleceu há duas semanas

Lisboa, 26 mar 2014 (Ecclesia) – O bispo da Guarda, D. Manuel Felício, e D. António Francisco dos Santos, administrador diocesano de Aveiro, recordam, em textos publicados nas páginas das dioceses, o legado de D. José Policarpo que faleceu no dia 12 de março.

“A minha vida pessoal esteve, desde os tempos de seminarista, muito marcada pela pessoa do cardeal D. José Policarpo, foi meu Reitor durante três dos cinco anos em que frequentei o Seminário dos Olivais, em Lisboa, esteve presente na minha ordenação sacerdotal em outubro de 1973 e entusiasmou-me pelos caminhos do doutoramento em Teologia, transmitindo-me a convicção de que esse era um bom e grande serviço que eu podia prestar à Igreja”, começa por escrever D. Manuel Felício.

O bispo da Guarda recorda o ano de 2002 quando D. José Policarpo o chamou “para seu bispo auxiliar, marcando presença na sua ordenação episcopal, na Sé de Viseu e mais tarde em 2005 acompanhou-o à Guarda e apresentou-o “à diocese como bispo coadjutor”.

“Posso dizer que as grandes decisões que tomei, mesmo depois de conduzido à Guarda, tiveram a sua ajuda”, enfatiza D. Manuel Felício.

No texto, disponível no portal da diocese da Guarda, D. Manuel Felício recorda D. José Policarpo como uma “grande referência para a sociedade portuguesa, sendo as suas opiniões incontornáveis, mesmo quando contestadas”.

“Tinha a sua personalidade muito própria e dela não se demitia, sabendo também marcar as distâncias necessárias para que as decisões tomadas fossem sempre as suas decisões. Mas nunca recusava ajuda a quem lha pedia e disso sou testemunha”, sublinha o bispo da Guarda.

D. António Francisco dos Santos, administrador diocesano de Aveiro, dirige também um texto à família de D. José Policarpo onde reforça o “pesar” pela sua morte acrescentado que a Igreja e todos os portugueses lhe devem “muitas das decisões e valiosos documentos que marcaram o rumo e definiram os caminhos da Igreja em Portugal nas últimas décadas”.

“Sabemos como foi presença serena em tantas situações e protagonista lúcido de tantos acontecimentos da Igreja e da sociedade, intérprete sábio dos sinais dos tempos e mestre de tantas gerações ensinou-nos a ver mais longe e a ter coragem diante dos desafios que se colocam à missão da Igreja e ao ministério de cada um de nós”, sublinha o bispo eleito do Porto.

D. António Francisco dos Santos recorda a disponibilidade sempre presente de D. José Policarpo para participara nas várias iniciativas pastorais na Diocese de Aveiro, sendo que para dia 2 de abril estava programada a sua presença numa ‘Tertúlia’ organizada pelo Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro (ISCRA) em parceria com o Centro Universitário Fé e Cultura (CUFC) e com o Correio do Vouga.

D. José Policarpo, patriarca emérito de Lisboa faleceu no passado dia 12 de março, aos 78 anos, vítima de problemas cardíacos.

MD

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