Conferência Episcopal vai estudar formas de ação, em coordenação com outros países lusófonos
Lisboa, 15 mar 2016 (Ecclesia) – O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) revelou hoje à Agência ECCLESIA que os bispos católicos defendem a manutenção do português nos trabalhos da Congregação para as Causas dos Santos (Santa Sé).
Segundo o padre Manuel Barbosa, o organismo responsável pelo acompanhamento dos processos de beatificação e canonização invoca “dificuldades logísticas” para a sua pretensão de eliminar o português do conjunto de línguas de trabalho.
O porta-voz do episcopado refere que o presidente da CEP, D. Manuel Clemente, já manifestou a intenção de continuar a defender o uso da língua portuguesa.
“Esse uso foi determinado por uma instrução da Santa Sé, a ‘Sanctorum Mater’ de 17 de maio de 2007, no nº 127: «As línguas admitidas junto da Congregação para o estudo das causas são: latim, francês, inglês, italiano, português e espanhol»”, precisa o padre Manuel Barbosa.
Face às orientações em sentido contrário que agora chegam da Congregação para as Causas dos Santos, invocando dificuldades no domínio da língua portuguesa por parte de alguns membros do Dicastério, a próxima Assembleia Plenária da CEP, de 4 a 7 de abril, vai debruçar-se sobre este tema.
O objetivo, segundo o porta-voz do episcopado católico, é chegar a “um modo de proceder quanto à defesa da continuidade do uso da língua portuguesa, concretamente na Congregação para as Causas dos Santos”, em “coordenação e sintonia” com as outras conferências episcopais dos países lusófonos, “em particular o Brasil”.
A Congregação para as Causas dos Santos surgiu da evolução da Congregação dos Ritos, nascida em 1588 com a tarefa de regular o exercício do culto divino e de estudar as causas dos santos.
João Paulo II, com a Constituição Apostólica ‘Pastor Bonus’ de 28 de Junho de 1988, mudou a denominação para Congregação para as Causas dos Santos.
OC