Igreja: Bispo de Vila Real pede combate à «apatia»

D. Amândio Tomás publica mensagem quaresmal e anuncia que a renúncia diocesana vai ajudar Conferências de São Vicente de Paulo

Vila Real, 20 fev 2014 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real, D. Amândio Tomás, tornou hoje pública a sua mensagem quaresmal, na qual incita os diocesanos a viver a Quaresma “imitando Jesus”, para fugir à “apatia e desinteresse”.

“A Quaresma prepara a Páscoa da Ressurreição, a nova criação e a vida gloriosa, com a ascese, a conversão e a passagem obrigatória pela morte e dom de si, imitando Jesus que veio, para dar a vida por nós, renunciando ao poder e à glória” por isso “a Quaresma deve levar à imitação de Cristo, à renúncia, ao êxodo, à partilha e ao amor fraterno”, começa por escrever D. Amândio Tomás.

 “O amor a Deus e ao próximo faz feliz quem vive e aposta, no dom da solidariedade, na empatia com o outro, no bem comum, compaixão e perdão”, porque “o remédio contra o mal e apatia é fazer bem, retirar o ódio, o desinteresse e a escravização do próximo”, acrescenta.

O bispo de Vila Real sublinha que “há que anunciar Cristo, com coragem, alegria e convicção, sem medo, nem vergonha, e amar os pobres, com fraterna solicitude, pois Deus quer ser encontrado e servido neles”.

D. Amândio Tomás lamenta que “a informação torne o mundo diversificado e plural, uma aldeia global, bombardeada por várias propostas e modos de viver e ver o mundo, que não ajudam, automaticamente, a gente a criar entendimento, amizade e reconciliação”.

Por isso, “as pessoas vivem fechadas, no egoísmo e narcisismo, vítimas do progresso, volta-se o feitiço contra o feiticeiro, cresce a apatia, a indiferença e a insensibilidade”.

“Não se olha o bem comum. Não há solidariedade. A informação faz a aldeia global, mas não ajuda a amizade, a empatia e o encontro humano”, alerta o prelado.

A mensagem adianta também que a renúncia quaresmal vai reverter, este ano, a favor das Conferências de São Vicente de Paulo.

“O cristão ama, partilha e dá, com solicitude, para mitigar a dor e miséria dos outros”, por isso “os peditórios paroquiais, para os fins indicados, pela Igreja, e o contributo penitencial quaresmal ou bula da cruzada, sob tutela do bispo, fazem-se para ajudar necessidades elencadas e específicas”.

A renúncia quaresmal é uma prática proposta pela Igreja Católica em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo diocesano.

“Há que recrutar e formar gente nova, que testemunhe a fé e a caridade, com a prática das Obras de Misericórdia, a ajuda, o conforto e serviço aos indigentes e abandonados”, conclui D. Amândio Tomás na sua mensagem quaresmal.

A Quaresma, que este ano se inicia a 5 de março, com a celebração de Quarta-feira de Cinzas, é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

MD/OC

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Agência ECCLESIA

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