Igreja: Bispo de Setúbal diz que Natal contraria lógica dos «poderosos»

D. José Ornelas lembra nascimento de Jesus no seio de uma família pobre, de refugiados

Setúbal, 25 dez 2016 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal afirmou hoje que a celebração do Natal contraria a lógica dos “poderosos”, centrando-se na figura do Menino, “filho de pobres refugiados”, numa família que vive em situação “provisória”, de precariedade.

Na homilia da Missa a que presidiu na igreja de Nossa Senhora da Boa Água (Paróquia da Quinta do Conde), D. José Ornelas sublinhou que este nascimento numa gruta de Belém quis mostrar que “Deus está próximo da vida real de cada pessoa, mesmo que esteja deslocada”.

O responsável precisou que o Natal não celebra o nascimento do “filho de uma estrela” ou de um “magnata”, e que as próprias narrações do Evangelho se afastam “desta lógica” da fama e do poder, dando como exemplo a visita dos “humildes pastores”, que tinham “uma vida dura” e eram “os mais carecidos de boas notícias”.

Ao contrário dos “poderosos”, precisou, as pessoas simples souberam “ajudar” a Sagrada Família em Belém.

“Esses foram e serão sempre os primeiros a receber com alegria a presença renovadora de Deus”, declarou o bispo de Setúbal.

O prelado assinalou que, no Natal, “um acontecimento que mudou o mundo e lhe trouxe nova luz e nova esperança”, Deus “passa dos templos para as casas”, para as “periferias”, mostrando-se acessível a cada pessoa, “sem barreiras nem indiferenças”.

Para o bispo de Setúbal, os “grandes da terra têm dificuldade em entender o Natal” que não é uma operação comercial ou de marketing.

Celebrar o nascimento de Jesus, acrescentou, é uma oportunidade de viver “as alegrias mais simples e autênticas”, construindo “um mundo mais fraterno e mais humano”.

“O importante, mesmo, são as pessoas”, reforçou o prelado.

D. José Ornelas quis ainda lembrar os que celebram o Natal “escondidos”, por causa de violência ou perseguições, as pessoas nos campos de refugiados, periferias das grandes cidades, nos lares, prisões e hospitais.

A intervenção concluiu-se com um convite a “amar e deixar-se amar”, com atenção especial “aos mais frágeis e difíceis”, sem nunca abandonar ninguém, num “olhar de solidariedade, como o dos pastores, que acorrem e se tornam próximos”.

OC

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Agência ECCLESIA

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