Igreja: Bispo de Santarém presidiu a ordenações sacerdotais, no 48.º aniversário da criação da diocese

D. José Traquina alertou para «situações em que falta a bondade e se afirma o coração endurecido»

Santarém, 17 jul 2023 (Ecclesia) – O bispo de Santarém presidiu este domingo à ordenação de dois sacerdotes, no 48.º aniversário da criação da diocese e solenidade da Dedicação da Catedral.

“Muito facilmente identificamos situações em que falta a bondade e se afirma o coração endurecido. E não é por falta de palavras. Todos os dias, milhões de semeadores publicam palavras nas redes sociais e nos imensos meios de comunicação. Porém, num tempo com tanta facilidade de semear palavras, surgem sinais preocupantes de egoísmo, indiferença e violência entre pessoas”, disse D. José Traquina, na homilia da celebração, enviada à Agência ECCLESIA.

O bispo de Santarém alertou que os meios de comunicação que podem servir para aproximar as pessoas e edificar a paz, “são manipuláveis como instrumentos de afirmação de poder e de exploração”.

A partir do Evangelho do último domingo, a parábola da semente contada pelo evangelista São Mateus, o responsável diocesano explicou que o Evangelho é a semente, “a força de Deus, a Palavra a atuar no mundo a começar no coração, no mais íntimo de cada pessoa”.

Segundo D. José Traquina, o semeador da parábola “semeia com esperança e não contabiliza o prejuízo” das sementes que caíram em terra sem condições, por isso, “é melhor” alegrarem-se pelos frutos das sementes caídas em terreno bom do que “gastar o tempo” a lamentar as sementes que “não deram fruto porque caíram em terreno sem condições de produzir”.

O bispo de Santarém indicou que “Cristo, bom semeador”, quer da sua Igreja, povo de Deus, é que sejam “bom terreno e bons semeadores, embora com responsabilidades diferenciadas”, destacando a ação dos pais, os professores, e salientou “a importância dos professores de Educação Moral e Religiosa Católica na missão de ajudar crescer em verdadeiro caminho de liberdade”, os catequistas, cerca de 1200 na diocese, os diáconos.

“E são especiais semeadores os sacerdotes, presbíteros e bispos por exercerem ministérios da tradição da Igreja com a autoridade dada por Cristo aos apóstolos”, acrescentou, dirigindo-se, depois, aos futuros padres, Dionísio Leite e Magney Silveira, explicando que “é bom reconhecer” que não são “donos da Palavra, mas possuídos por ela e seus servidores”.

“O padre é sacerdote e tem também a missão de santificar. Esta missão supõe, necessariamente, que o padre sacerdote é um bom terreno onde as sementes já há muito dão fruto; o padre é uma pessoa pública, supõe-se que segue uma escala de valores de acordo com a sua identidade e missão e que se preocupa com a qualidade dos relacionamentos que estabelece”, desenvolveu, na homilia.

D. José Traquina lembrou também que existem responsabilidades pastorais que “podem ser assumidas por cristãos leigos”, e destacou o testemunho “promissor” dos jovens e adultos na “organização e acompanhamentos dos símbolos da JMJ”, na Diocese de Santarém, no mês de junho.

A Diocese de Santarém informa que também participaram nesta celebração o bispo emérito D. Manuel Pelino, “grande parte” do clero diocesano, padres dos seminários de Lisboa e amigos dos novos presbíteros, “familiares e muitos fiéis”.

Dionísio Leite e Magney Silveira, naturais de São Tomé e Príncipe, estão na Diocese de Santarém há cinco anos, e estão a terminar a sua formação no Seminário de Cristo Rei dos Olivais, no Patriarcado de Lisboa.

Os dois novos sacerdotes vão celebrar as suas primeiras Missas nas paróquias que os acolhem no “estágio pastoral”: Magney Silveira, no próximo sábado, dia 22 de julho, às 18h00, na igreja paroquial de Riachos, e Dionísio Leite, no dia seguinte, às 16h00, na igreja de Santa Maria do Olival, em Tomar.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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