Igreja: Bispo de Coimbra alerta religiosos para perigos da perda de espiritualidade

«O vosso grande sinal para a Igreja e para o mundo é a vossa vida em Cristo», disse presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios

Coimbra, 03 fev 2012 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra alertou esta quinta-feira os religiosos para os perigos da perda da sua espiritualidade quando impõem as intenções pessoais em detrimento das de Deus e se dedicam mais ao trabalho do que à oração.

Na missa a que presidiu na igreja dos Franciscanos, em Coimbra, D. Virgílio Antunes sublinhou a importância do “despojamento da própria vontade, livremente assumido” para que prevaleça a vontade de Deus.

“Quando falha este dinamismo interior – e a vida consagrada corre, hoje, o risco de o deixar esmorecer – a vida consagrada passa a ser uma ocupação mais do que uma vocação”, advertiu o presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, responsável pela vida religiosa consagrada, na homilia enviada à Agência ECCLESIA.

Na missa celebrada na data em que a Igreja Católica assinalou o Dia do Consagrado, o prelado realçou que os religiosos devem privilegiar a ligação espiritual a Deus e só depois se preocuparem em serem agentes de transformação da realidade.

“Sem dúvida que sois chamados a ser sinal para a Igreja e para o mundo, mas esse sinal não é o que fazeis ou o campo de ação a que vos dedicais segundo as intuições inspiradas dos vossos fundadores; o vosso grande sinal para a Igreja e para o mundo é a vossa vida em Cristo”, frisou.

D. Virgílio Antunes salientou que os conselhos evangélicos da obediência, pobreza e castidade, aceites publicamente através de promessa, voto ou compromisso, constituem o modo como os religiosos se configuram com Cristo “em ordem a uma doação total, radical, exclusiva”.

“Sentimo-nos chamados a uma especial configuração com Cristo pobre, casto e obediente e aceitámos consagrar a totalidade da nossa vida, sem reservas, de uma forma voluntária e livre ao seu serviço e ao serviço dos irmãos”, acrescentou.

A vida de Cristo “até à cruz e à morte” é o “modelo de consagração” dos religiosos “enquanto vocacionados a levar ao povo a consolação de Deus e a tornar visível aos seus olhos a salvação esperada”, afirmou.

O responsável apelou também aos religiosos para examinarem a sua vocação: “Neste dia em que renovamos a nossa consagração ao Senhor, disponhamo-nos a rever o nosso modo de ser consagrados; peçamos ao Senhor que purifique as nossas intenções, as nossas motivações e os nossos projetos”.

RJM

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