«Não precisamos de esperar pela palavra do padre ou do bispo que manda, somos todos evangelizadores» – D. Armando Esteves Domingues
Ribeira Grande, Açores, 26 jan 2023 (Ecclesia) – O bispo de Angra participou, esta quarta-feira, na apresentação do livro ‘D. Paulo José Tavares – O Bispo-Diplomata’, na qual elogiou a sua valorização dos ministérios laicais, deixando o apelo a uma Igreja que “encha o coração dos pobres”.
“D. Paulo José Tavares ficaria feliz por estar aqui porque o seu ministério em Macau revela a valorização dos carismas laicais, foi ele que levou para lá tantos movimentos que depois foram impulsionados por outros açorianos”, disse D. Armando Esteves Domingues, citado pelo portal ‘Igreja Açores’.
O bispo diocesano salientou que a Igreja precisa dos leigos, “como desse apelo a uma Igreja que entra e que chegue ao coração dos pobres”.
“Precisamos de o dizer de várias formas: o mundo está surdo e se calhar muitas vozes de autoridades estão caladas; não precisamos de esperar pela palavra do padre ou do bispo que manda, somos todos evangelizadores, precisamos desta voz dos leigos”, explicou D. Armando Esteves Domingues.
A obra ‘D. Paulo José Tavares – O Bispo-Diplomata’ conta com o prefácio do cónego João Maria Brum, amigo pessoal do bispo; a receita obtida vai reverter para as obras da igreja de Rabo de Peixe, a terra natal do prelado, na Ribeira Grande, Ilha de São Miguel (Açores), que recebeu a apresentação do livro.
Da autoria de António Pedro Costa, a obra é dedicada à história, à vida eclesial e diplomática de D. Paulo José Tavares (1920-1973), que foi nomeado, pelo Papa João XXIII, como bispo de Macau.
“Nesta noite saborosa, em que vemos como ele está vivo nesta terra que o quer eternizar, aprendi muito e vi leigos empenhados”, disse o bispo de Angra, que recordou a frase do brasão de armas de D. Paulo José Tavares ‘o amor de Deus contagia e apaixona’, lê-se no sítio online ‘Igreja Açores’.
D. Armando Esteves Domingues celebrou também uma Missa de sufrágio, em memória de D. Paulo José Tavares, precedida da deposição de uma coroa de flores na capela-túmulo, as primeiras iniciativas da Paróquia do Senhor Bom Jesus, de Rabo de Peixe pelo 50.º aniversário do seu falecimento.
D. Paulo José Tavares nasceu em Rabo de Peixe, no dia 25 de janeiro de 1920, e faleceu em Lisboa, a 12 de junho de 1973; foi bispo de Macau de 1961 a 1973, tendo ainda servido a Santa Sé, na carreira diplomática, de 1947 a 1961.
“Foi responsável por fomentar uma ação social fundamental em Macau e também promoveu a educação dos jovens, resistindo com êxito aos ataques da elite comercial de Macau que se aliou à China”, destacou o diretor do jornal ‘Correio dos Açores’, que apresentou a nova publicação.
Américo Natalino Viveiros explicou o papel da Igreja Católica defendido pelo então bispo de Macau, inspirado pelo Concílio Vaticano II, e o papel da Igreja hoje, afirmando que “denunciar, realizar e amar, é a herança do Concílio e de D. Paulo José Tavares”.
“É tempo de dizer basta: agarrar a juventude e dizer-lhe que o futuro da sociedade está para além do que nos é vendido nas redes sociais; privilegiar as pessoas, colocando-as no centro. D. Paulo José Tavares deve servir de exemplo ao ter apoiado a formação da juventude, deve servir de modelo pela ação social que fez na diocese de Macau”, desenvolveu.
CB