D. José Ponce de León, missionário da Consolata, destaca «alegria» de Francisco e impacto do pontificado na África
Fátima, Santarém, 18 fev 2014 (Ecclesia) – O bispo da única diocese católica da Suazilândia, D. José Ponce de León, disse à Agência ECCLESIA que o pontificado do Papa Francisco tem sido acompanhado com “grande alegria”, também no sul da África.
“Houve uma série gestos que as pessoas captaram imediatamente e que fizeram com que o sentissem (Papa Francisco) muito próximo”, refere o religioso argentino, de 52 anos, que esteve em Portugal para presidir à 24.ª peregrinação nacional a Fátima dos Missionários da Consolata, congregação a que pertence.
“Ao mesmo tempo, é um desafio a todos para que estes gestos se repitam, não como atores, mas como um fruto, verdadeiramente, da proximidade com Jesus”, acrescenta.
O bispo de Manzini recorda que esteve reunido com o então arcebispo de Buenos Aires, em julho de 2011, durante cerca de meia hora, para “agradecer-lhe o estilo que tinha assumido, de muita novidade, muito significativo”.
Perto então dos 75 anos, Jorge Mario Bergoglio teria de apresentar a sua renúncia ao cargo, segundo o Direito Canónico.
Foi por isso com “surpresa” que D. José Ponce de León viu o antigo arcebispo da capital argentina surgir na varanda da Basílica de São Pedro, a 11 de março de 2013, para suceder a Bento XVI.
O bispo diz que o Papa Francisco é o mesmo de Buenos Aires, apesar da falta de “liberdade” para andar pelas ruas, como fazia na capital argentina, com a marca da “simplicidade”, de intervenções “muito curtas”.
“Inicialmente disse que o via bispo de Roma como era arcebispo, em Buenos Aires, mas há uma diferença, muito forte: em Buenos Aires não sorria. Os bispos argentinos diziam-lhe: ‘Não sabíamos que tinhas dentes’”, graceja.
Esta “transformação”, no entanto, resulta de “uma alegria natural, desta liberdade de sentir-se próximo das pessoas”.
O bispo de Manzini sublinha que eventuais mudanças na Igreja Católica, durante o pontificado de Francisco exigem “tempo”, porque se tratam de questões “profundas”.
“Penso que ele tem essa clarividência. O espírito do Senhor está a animá-lo para produzir mudanças significativas, mas não as tem de fazer apenas ele”, acrescenta.
Para o prelado, a marca do Papa é visível, por exemplo, no próximo consistório, primeiro do pontificado, no qual vão ser criados cardeais de países inéditos, o que permite a Francisco ouvir “outras vozes”.
“Penso que [o Papa] vai continuar a ouvir outras vozes, que permitam a todos sentir esta diversidade na comunhão da nossa fé”, refere.
D. José Ponce de León esteve no Vaticano, na última semana, e concelebrou a missa matinal com o Papa, na capela da Casa de Santa Marta.
“É muito bonito, o espírito é muito simples, há esta alegria de ver o bispo de Roma que se reúne com as pessoas, que nos anima com a sua palavra. As pessoas querem ouvir o Papa, não apenas vê-lo”, observa.
PR/OC