Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social comentou aumento do IVA nas tarifas de eletricidade e gás natural, anunciado pelo Governo, apelando à poupança
Lisboa, 12 ago 2011 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social disse hoje não temer “situações de violência”, como as que se têm verificado noutros países europeus, como consequência das sucessivas medidas de austeridade aplicadas em Portugal.
No dia em que o governo anunciou a antecipação para o último trimestre deste ano do aumento do IVA nas tarifas da eletricidade e do gás natural, D. Carlos Azevedo deixou votos de que “toda a indignação ou raiva que aqui possa haver seja orientada para a criatividade, a inovação e procura de alternativas, mesmo que elas nos saiam do corpo ou da carteira”.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o prelado referiu-se ao aumento do IVA sobre a eletricidade e o gás natural, da taxa mínima (6%) para a taxa normal (23%) como uma medida “necessária” e “pedagógica”.
“Estamos num tempo em que é preciso poupar e levar um estilo de vida diferente, as pessoas vivem acima das suas possibilidades e precisam de alguém que as chame à realidade”, sublinha D. Carlos Azevedo.
Para o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, “a sociedade começa a reconhecer que finalmente a situação do país está a ser tomada a sério, com medidas concretas que se espera que tragam um futuro melhor”.
O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, afirmou esta manhã que a antecipação no aumento do IVA deve representar para os cofres do Estado uma receita adicional de 100 milhões de euros e que o impacto desse acréscimo será menorizado no caso dos consumidores mais desfavorecidos, que vão beneficiar de uma tarifa social.
O Executivo liderado pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho anunciou também hoje o congelamento da progressão na carreira nos Ministérios da Defesa e da Administração Interna.
Confrontado com esta situação, o bispo das Forças Armadas e de Segurança referiu que “a partir do momento em que toda a população está a ser agravada, muito mais do que aquilo que se supunha, é bom que se saiba que militares, forças armadas e forças de segurança não são exceção”.
D. Januário Torgal Ferreira avisa que “às vezes, a falta de motivação pode causar muito mais prejuízo do que a ausência de uma desejada subida salarial e isso deve ser tido em conta”.
JCP/OC