O VII Encontro de Animadores Sócio-Pastorais das Migrações apontou a necessidade de criação de uma rede de consulados adequada às necessidades das comunidades de imigrantes. “Esta rede favorece a transparência e o combate à corrupção e unifica procedimentos burocráticos”, assim reflecte o documento de conclusões do Encontro, que juntou em Fátima cerca de 50 representantes de 12 dioceses, de Secretariados da Mobilidade Humana, Caritas Diocesanas ou Centros de apoio a famílias, desenvolvendo um trabalho junto de comunidades migrantes. O destaque na reflexão deste encontro foi para a necessidade do reagrupamento familiar, pois este é um factor de desenvolvimento integral da pessoa humana. Nesse sentido, os participantes no encontro, em documento final propõem uma flexibilização jurídica do reagrupamento familiar e uma atenção à igualdade de tratamento e de acesso aos mesmos direitos que as famílias portuguesas dispõem. O acompanhamento do bilinguismo na educação, com atenção “à segunda geração das comunidades imigrantes”, foi também proposto no documento. As paróquias devem instituir equipas de acolhimento e integração das famílias migrantes, com especial atenção aos filhos. Os movimentos e estruturas da Pastoral Familiar da Igreja devem ser dados a conhecer, pois “a fé e a religiosidade são factores de estabilidade na integração das famílias”. Foi equacionada a criação de uma plataforma que represente a voz da Igreja que desenvolva acções concretas de acompanhamento das famílias. Foi apontada a necessidade de promover “contactos de acolhimento”, pois os imigrantes não são braços de trabalho, mas pessoas com projectos de vida”. Nesse sentido, as comunidades cristãs são chamadas a “acolher activamente, sem preconceito, as novas situações familiares entre os migrantes: famílias monoparentais, uniões de facto, cônjuges sós, matrimónios mistos (culturais e religiosos)”. As recentes alterações na lei da imigração em prol da família migrante foram vistas como positivas, pois “a vivência em família promove a integração, sendo esta também uma medida humanista”. Os participantes constataram que “75% dos actuais fluxos migratórios acontecem não por via laboral, mas por aumento do recurso ao canal legal de reagrupamento familiar”. Foi anunciada a realização em Portugal do V Fórum das Migrações da Caritas Europa. Este encontro a ter lugar de 20 a 22 de Setembro de 2007, sob o tema “Construir pontes ou barreiras”, coincide com a Presidência Portuguesa da Comunidade Europeia. Notícias relacionadas • Ser família imigrante