O Vicariato de S. Vicente Puerto Leguízamo (sul da Colômbia) está localizado numa região dominada pelas FARC, o maior movimento de guerrilha colombiano. Em entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre, o Vigário Apostólico, Mons. Francisco Múnera-Correa, falou sobre a relação entre a Igreja local e os grupos de guerrilha colombianos. “Por vezes, eles (os guerrilheiros) pedem aos sacerdotes que lhes dêem a bênção”, explicou o prelado colombiano que considera que “os guerrilheiros identificam-se a si próprios como marxistas, mas não como ateus”. Mons. Francisco Múnera-Correa destacou também o papel da Igreja como mediadora num conflito que dura há décadas entre o Governo colombiana a guerrilha e a AUC ou “Autodefesa Unida da Colômbia”. “Para além dos motivos económicos, políticos e sociais, existem por detrás deste conflito outras questões, como o tráfico de droga e de armas”, explica. Segundo Mons. Francisco Múnera-Correa, a AUC tenta proteger os seus direitos civis e a sua propriedade nos casos em que as forças governamentais não o conseguem fazer, enquanto a guerrilha é mais subversiva: “Como os seguidores de Castro em Cuba e de Chávez na Venezuela, os guerrilheiros seguem uma ideologia materialista”. “O seu objectivo final é tomar conta do país. É isto que torna as negociações tão difíceis”, concluiu. Entretanto, a Rede Ecuménica da Colômbia, um organismo aberto às Igrejas e organizações cristãs que acompanham as comunidades e as vítimas da violência social e política, denunciou recentemente que nos últimos doze meses foi assassinada uma centena de sindicalistas e que 2.500 crimes ocorridos em 2002 permanecem impunes. O porta-voz do organismo, Alírio Uribe, declarou que o índice de pobreza na Colômbia supera actualmente os 66%, estando metade dos pobres num estado de miséria extrema. Departamento de Informação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre