Igreja: Assunção de Maria é «modelo» para os cristãos

Festa do 15 de agosto tem ajudado gerações de fiéis portugueses a reforçarem e a passarem o testemunho da sua fé

Bragança, 15 ago 2013 (Ecclesia) – A Igreja Católica celebra hoje a solenidade de Nossa Senhora da Assunção, festa profundamente enraizada na história religiosa e cultural das comunidades portuguesas e que todos os anos chama milhares de emigrantes de volta ao país.

Em entrevista concedida à Agência ECCLESIA, o padre Delfim Gomes, reitor do Santuário de Nossa Senhora da Assunção, em Vilas Boas, na Diocese de Bragança-Miranda, realça que o evento “recorda a importância de Maria para a Igreja, uma vez que ela foi a primeira a ser levada em corpo e alma para junto do seu filho Jesus Cristo”.

“Nossa Senhora é um modelo para nós, ela precedeu-nos na fé e precede-nos também nesse encontro com Deus, a sua Assunção representa tudo aquilo que o cristão anseia tomar parte, no fim da vida”, aponta o sacerdote.

O Santuário de Nossa Senhora da Assunção de Vilas Boas, no concelho de Vila Flor, é o maior santuário mariano de Trás-os-Montes e um dos mais emblemáticos de Portugal.

A sua origem remonta ao século XVII, mais concretamente ao ano de 1673, data em que, segundo a tradição religiosa, Nossa Senhora terá aparecido a uma menina chamada Maria de Vilas Boas.

Desde então, primeiro sob a forma de uma simples ermida e depois, a partir da segunda metade do século XIX, já como Santuário, aquele local de culto transformou-se numa paragem obrigatória para peregrinos provenientes de toda a Diocese e também de outras regiões do país.

“Aqueles que vêm agora já viram os seus pais e avós virem, é quase um passar de testemunho”, conta o padre Delfim Gomes, que acompanha a romaria ao Santuário de Nossa Senhora da Assunção, em Vilas Boas, há mais de duas décadas.

Todos os anos, a solenidade do 15 de agosto junta mais de 30 mil pessoas no concelho de Vila Flor, onde a população residente atualmente não ultrapassa as 9 mil.

“Entre os dias 13 e 16 de agosto, as férias dos emigrantes são forçosamente passadas aqui, porque esta é a sua festa, é aquela em que eles se revêm, porque aqui encontram tudo o que viveram na sua meninice, antes de partirem”, explica o sacerdote.

Durante o processo de eliminação de alguns feriados católicos e civis, motivado pela crise económica, o 15 de agosto esteve em cima da mesa como uma das alternativas mais viáveis ao entendimento entre a Igreja Católica e o Governo português.

No entanto, essa possibilidade nunca chegou a confirmar-se e “ainda bem”, segundo o reitor do Santuário de Nossa Senhora da Assunção, porque seria “um atentado à cultura e à idiossincrasia dos portugueses”.

Por outro lado, o padre Delfim Gomes considera que não é com um dia, em pleno mês de agosto, que o país se desenvolve mais e adquire as sinergias perdidas ao longo do ano”.

Para os fiéis que se preparam para honrar Nossa Senhora da Assunção, aquele responsável pede que celebrem a sua fé à imagem de Maria, “coerentes no testemunho, alegres na esperança e solidários na caridade, neste tempo tão conturbado”.

A Assunção de Maria é um dogma solenemente definido pelo Papa Pio XII em 1 de novembro de 1950, segundo o qual Nossa Senhora, no termo da sua vida mortal, foi elevada ao céu em corpo e alma.

JCP

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