Igreja apoia a instalação em Braga do Banco Alimentar Contra a Fome

Arquidiocese está preocupada com novas pobrezas A Arquidiocese de Braga está a preparar a instalação em Braga do Banco Alimentar Contra a Fome, em articulação com a Cáritas. Neste momento, está a procurar um espaço para o armazenamento dos bens não perecíveis, que servirão para fazer face ao número crescente de casos de pobreza e fome na região. O anúncio foi feito ontem pelo Arcebispo de Braga, durante uma conferência de imprensa destinada a fazer o balanço do primeiro ano de actividade do Centro de Apoio à Família e à Vida, na qual também foi adiantado que está para breve o lançamento do estudo “Cenários para a Acção Social e Caritativa da Igreja de Braga”. D. Jorge Ortiga manifestou a sua preocupação pelas situações de pobreza e fome, que muitas vezes as famílias procuram esconder, fazendo com que o problema passe despercebido. O prelado referiu que o objectivo é que o Banco Alimentar possa servir toda a Arquidiocese, aproveitando as sinergias com a Cáritas Diocesana. Enquanto o Banco Alimentar aposta na recolha de alimentos não perecíveis, que depois distribui pelas instituições, a Cáritas actua numa relação de proximidade, atendendo directamente as pessoas. Em seu entender, estes bancos «são muito importantes», pelo que a «Diocese está a rever o que tem e o que não tem», de forma a disponibilizar meios para que essa estrutura se possa instalar em Braga. D. Jorge Ortiga sublinhou que uma parte do contributo penitencial do ano passado serviu para a criação de um banco de cadeiras de rodas e camas articuladas. O Arcebispo destacou que a colaboração entre uma estrutura diocesana e uma organização aconfessional vai na linha do trabalho em rede que é proposto num dos estudos que servirão para definir a linha de actuação da Pastoral Família, que deverá ser lançado em breve. Processo crescente de exclusão O trabalho “Cenários para a Acção Social e Caritativa da Igreja de Braga”, da responsabilidade da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Católica, insere-se nas actividades agendadas para os três anos que a Arquidiocese está a dedicar à Pastoral Familiar (2005-2008). Neste âmbito, foi feito um inquérito às entidades que trabalham na área do apoio à família, incluindo instituições particulares de solidariedade social, irmandades e associações, que participaram num fórum. As conclusões sublinham a «existência de novas pobrezas a que importa estar atento». D. Jorge Ortiga salientou a existência de «um processo crescente de exclusão que afecta muitas pessoas, especialmente as mais vulneráveis », embora este fenómeno «nem sempre seja visto e denunciado ». «A Igreja tem que estar atenta às novas pobrezas que se dão em muitos âmbitos e espaços», advertiu. O estudo também permite «reconhecer a insuficiência e nalguns casos a inexistência» de respostas para a família. As instituições centram-se num pequeno número de actividades, em que se destacam o apoio à infância e à terceira idade. «Daí a importância de tentarmos redesenhar novas estratégias e criarmos novos espaços de acção para que a comunidade se envolva ainda mais na resposta a estas novas problemáticas de índole social», afirmou. A aposta vai para um trabalho em rede, baseado na articulação da actividade de instituições da Igreja com outras de cariz não eclesiástico. Paralelamente, haverá um esforço de qualificação do voluntariado, reconhecido como uma actividade de «importância indubitável nas questões sociais». A investigação destaca a necessidade de definir claramente as fronteiras entre o trabalho profissional e o voluntário, sendo que este último deve ser qualificado.

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