Igreja apela ao voto em Angola

Os Bispos angolanos apelaram ontem a todos os cidadãos para que votem nas legislativas de 5 de Setembro, porque “eleições incontestáveis” são o “melhor modo de evitar o regresso da guerra”. Numa mensagem pastoral após a Assembleia extraordinária da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), realizada no Lubango, os Bispos consideram legítima a “desconfiança” que muitos cidadãos nutrem em vista do pleito de Setembro, que será o segundo da história do país. Em 1992, a guerra civil foi retomada depois do primeiro e único escrutínio realizado em Angola. Encorajando os eleitores, os Bispos angolanos afirmam que “o melhor modo de evitar uma guerra é fazer eleições que sejam incontestáveis por serem livres, justas e transparentes”. “Neste momento, é importante que todos participem. As eleições, sendo bem realizadas, com justiça e com transparência, contribuem significativamente para melhorar as condições de vida de um povo”, afirmam. Os prelados recordam que a Igreja “não opta por nenhum partido político” e advertem que “a campanha política não deve ser feita pela Igreja nem na Igreja e muito menos pelos líderes da Igreja”. Dirigindo-se ao governo, a Igreja Católica pede que os diversos partidos tenham o mesmo espaço nos media, durante a campanha eleitoral, e que a imprensa se abstenha de “quaisquer discursos inflamados de ódio e de todo o tipo de violência”. Aos políticos, a CEAST recorda que o melhor modo de ganhar as eleições “será cumprir com responsabilidade aquilo que se prometeu. Por outro lado, quem as não vencer, aceite o exercício da oposição como um serviço insubstituível em todo o regime democrático. Assim, a vitória será de todos os angolanos e não apenas de um partido político”. “Angola terá, então, uma oportunidade soberana de mostrar uma imagem positiva, diferente daquela que alguns países africanos têm mostrado no período pós-eleitoral”, defendem os Bispos.

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