Igreja ao serviço da paz

Bento XVI defendeu este Domingo que a Igreja tem “a missão de ser sempre sinal, no meio dos homens, da paz que é dom de Deus”. Falando na homilia da Missa de Pentecostes, uma das solenidades mais importantes do calendário católico, o Papa frisou que neste dia “renovamos a tomada de consciência da responsabilidade que a este dom está ligada: responsabilidade da Igreja de ser constitucionalmente sinal e instrumento da paz de Deus para todos os povos”. “Procurei fazer-me intermediário desta mensagem deslocando-me recentemente à sede da ONU para dirigir a minha palavra aos representantes dos povos”, disse ainda. Nesta festa “do Espírito e da Igreja”, disse Bento XVI, “queremos dar graças a Deus por ter concedido ao seu povo escolhido e formado no meio de todas as gentes, o bem inestimável da paz, da sua paz”. Segundo o Papa, “a Igreja realiza o seu serviço à paz de Cristo sobretudo na presença e acção no meio dos homens, com a pregação do Evangelho e com os sinais de amor e de misericórdia que a acompanham. Quão importante e infelizmente não suficientemente compreendido é o dom da Reconciliação que pacifica os corações”. Bento XVI indicou que a Igreja pode ser fermento de reconciliação apenas se permanece dócil ao Espírito e der testemunho do Evangelho, somente se levar a Cruz como e com Jesus: “é precisamente isto que testemunham os santos e as santas de todos os tempos”. Igreja Numa lição sobre a identidade da Igreja, Bento XVI disse que a Igreja Católica não é uma federação de Igrejas, mas uma única realidade, na qual a prioridade ontológica é da Igreja universal. “No dia de Pentecostes – explicou o Papa – a Igreja é constituída não por uma vontade humana, mas pela força do Espírito de Deus. E imediatamente se manifesta como este Espírito dá vida a uma comunidade que é ao mesmo tempo una e universal, superando assim a maldição de Babel: só o Espírito Santo que cria unidade no amor e na aceitação recíproca das diversidades pode libertar a humanidade da tentação constante de uma vontade de potência terrena que quer dominar e uniformizar tudo”. Na homilia da Missa celebrada neste Domingo na Basílica de São Pedro Bento XVI deteve-se num aspecto peculiar da acção do Espírito Santo, quer dizer, no entrelaçamento entre multiplicidade e unidade. “No acontecimento de Pentecostes – salientou – torna-se claro que à Igreja pertencem múltiplas línguas e culturas diferentes; na fé elas podem compreender-se e fecundar-se reciprocamente”. Mas acrescentou que existe uma ideia fundamental: no próprio acto do seu nascimento a Igreja é já católica, universal; ela fala desde o início todas as línguas, porque o Evangelho que lhe é confiado destina-se a todos os povos, segundo a vontade e mandato de Cristo ressuscitado, observou o Papa recordando que a Igreja que nasce no dia de Pentecostes não é antes de mais uma Comunidade particular, a Igreja de Jerusalém, mas a Igreja universal, que fala as línguas de todos os povos: dela nascerão depois outras Comunidades em todas as partes do mundo, Igrejas particulares que são todas e sempre actuações da única Igreja de Cristo. Novo Pentecostes Um renovado Pentecostes que infunda em todos, de maneira especial nos jovens, a alegria de viver e testemunhar o Evangelho foi invocado por Bento XVI, que pediu aos cerca de 40 mil fiéis congregados na Praça de São Pedro para a recitação da antífona mariana do tempo pascal Regina Caeli, que rezem a Nossa Senhora por esta intenção. “Na minha Mensagem para o próximo Dia Mundial da Juventude de 2008 propus aos jovens a descoberta da presença do Espírito Santo na sua vida e portanto a importância destes Sacramentos. Hoje, desejaria alargar o convite a todos: queridos irmão e irmãs procuremos descobrir a beleza de sermos baptizados no Espírito Santo; retomemos consciência do nosso Baptismo e da nossa Confirmação, fontes de graça sempre actual”, disse. “Os Actos do Apóstolos – concluiu – apresentam o Pentecostes como o cumprimento de tal promessa e portanto como coroação da inteira missão de Jesus: Pentecostes é portanto, de maneira especial o baptismo da Igreja que empreende a sua missão universal a começar pelas ruas de Jerusalém, com a pregação prodigiosa nas várias línguas da humanidade”. (Com Rádio Vaticano) FOTO: Lusa

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