A Igreja Católica em Portugal angariou 2,21 milhões de Euros em donativos para a campanha de apoio às vítimas dos incêndios florestais deste Verão, anunciou ontem em Fátima o presidente da Cáritas Portuguesa. No final de uma reunião que contou com a presença de representantes da quase totalidade das Cáritas diocesanas dos distritos onde foi decretada calamidade pública devido aos fogos, Eugénio Fonseca mostrou-se satisfeito com a adesão dos portugueses à iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa. O objectivo passa por «continuar a trabalhar em articulação com as estruturas do governo e das autarquias», afirmou o presidente da Cáritas, citado pela agência Lusa, adiantando que esta instituição vai distribuir informação sobre os apoios disponíveis e os meios de os obter às dioceses para divulgação às populações. «Há muita gente que foi prejudicada e não sabe a quem recorrer», explicou. O apoio à recuperação dos empregos atingidos e o combate a situações de exclusão são outras das matérias onde a Cáritas Portuguesa pretende investir parte dos donativos obtidos. No que diz respeito à verba recolhida, Eugénio Fonseca mostrou-se muito satisfeito com a adesão dos portugueses, num momento económico difícil e em que existem várias campanhas de recolha de donativos. «Nunca pensei que houvesse esta resposta. O povo português provou que é solidário mas temos de aprender a ter uma solidariedade constante e não apenas conjuntural», considerou. Até ao momento, as Cáritas diocesanas de Portalegre-Castelo Branco e de Santarém já investiram na recuperação de sete casas e estão à espera de previsões de orçamento para outras cinco habitações, tendo sido já atribuídos 95 mil Euros para 85 famílias carenciadas e seis mil Euros para um centro de acolhimento temporário na Chamusca Eugénio Fonseca lamentou ainda que nalguns casos os relatórios de avaliação das autarquias sobre as necessidades das vítimas ainda não estejam concluídos “de modo a articular os investimentos.”