Igreja/Ambiente: Semana Santa de Braga avalia impacto ambiental e assume compromisso ecológico para o futuro

Valores ficam “abaixo” dos registados “noutros grandes eventos culturais e religiosos internacionais”

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Braga, 11 set 2025 (Ecclesia) – A organização da «Semana Santa de Braga», uma das “mais emblemáticas celebrações ibéricas e europeias”, apresentou hoje (11 de setembro), o relatório «Pegada Ambiental da Semana Santa de Braga».

“Conduzido pela consultora Mossgreen, o estudo aponta um impacto médio de 27,3 kg CO₂ por visitante/dia e um total de cerca de 8.183 toneladas”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

Segundo o relatório, estes valores “ficam abaixo dos registados noutros grandes eventos culturais e religiosos internacionais, reforçando o perfil moderado e sustentável das celebrações bracarenses”.

O documento confirma que “a maior parte das emissões esteve associada à mobilidade, responsável por mais de 75% da pegada”, sobretudo no transporte aéreo de turistas internacionais.

Ainda assim, a “forte presença” de visitantes locais e regionais contribuiu para “reduzir a intensidade carbónica global”, reforçando a ideia de um “evento de proximidade, com menor recurso a transportes de longa distância e consumos excessivos”.

Este dado vai ao encontro das preocupações do Papa Francisco expressas na ‘Laudato Si’ e na ‘Laudate Deum’, onde a Igreja católica apela à “conversão ecológica e a estilos de vida sustentáveis”.

A Semana Santa de Braga emerge, assim, como exemplo de celebração religiosa que alia tradição, património e responsabilidade ambiental.

Este estudo coloca a Semana Santa de Braga na vanguarda das celebrações religiosas sustentáveis, sendo “uma das primeiras a nível internacional a quantificar com detalhe a sua pegada ambiental”.

Nas palavras do cónego Luis Miguel Rodrigues, que conduziu este estudo, “na confluência entre a memória e o futuro, a Semana Santa de Braga revela-se como um gesto que ultrapassa o tempo: procissão de fé que caminha pelas ruas e, ao mesmo tempo, liturgia cósmica que cuida da terra. A sua pegada não é apenas medida em toneladas de carbono, mas em sinais de uma humanidade capaz de unir contemplação e responsabilidade, silêncio e compromisso, tradição e profecia. Se cada vela acesa nas procissões ilumina o rosto de cada participante, cada escolha sustentável acenderá também uma centelha de esperança para as gerações que hão-de vir”, refere o comunicado.

LFS

RECOMENDAÇÕES PARA AS PRÓXIMAS EDIÇÕES

Apesar dos bons resultados, a Comissão da Semana Santa sublinha que há margem para avançar com novas medidas de mitigação:

– Incentivar mais fortemente o uso de comboio e autocarros interurbanos, reduzindo a dependência do transporte individual.

– Criar campanhas de comunicação verde que aproximem tradição e sustentabilidade, sensibilizando visitantes para escolhas responsáveis.

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