Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral vai assinalar 3.º aniversário da encíclica ‘Laudato Si’
Cidade do Vaticano, 04 jul 2018 (Ecclesia) – O Vaticano vai receber entre quinta e sexta-feira um simpósio sobre a ecologia, projetando encontros internacionais que se vão realizar nos próximos meses, como a conferência da ONU sobre as mudanças climáticas ‘COP24’, em dezembro (Katowice, na Polónia), e a Cúpula da Ação Climática Global.
Alista de oradores inclui ativistas e economistas, além de figuras como o novo cardeal peruano Pedro Barreto, da rede eclesial pan-amazónica; o cardeal Charles Bo, arcebispo de Rangum, Mianmar; o arcebispo metropolita ortodoxo John Zizioulas; ou o professor Hans Joachim Schellnhuber, diretor do Potsdam Institute for Climate Impact Research (Alemanha).
“Gostaríamos de criar uma verdadeira ‘rede de pessoas’ apaixonada pelo cuidado da nossa casa comum”, explicou o coordenador do setor da Ecologia e Criação do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
Segundo frei Joshtrom Isaac Kureethadam, este desejo de diálogo “é evidente”, pela lista de participantes.
O responsável realçou que foram convidados representantes de várias Igrejas, outras tradições religiosas, comunidades indígenas, jovens, cientistas, académicos, políticos, economistas, especialistas em finanças e artistas, entre outros.
O Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, da Santa Sé, pretende assinalar com o simpósio internacional ‘Salvar a nossa casa comum e o futuro da vida na terra’ o 3.º aniversário da encíclica ‘Laudato Si’, documento assinado pelo Papa Francisco, que foi publicado a 18 de junho de 2015.
O Papa vai receber em audiência os participantes do simpósio internacional na manhã desta sexta-feira, no Vaticano.
Já o secretário-geral da ‘Caritas Internationalis’ realça que o Papa Francisco apresenta crise climática “não apenas como uma questão ambiental, mas também humana e ética”.
“A degradação ambiental é acompanhada pela pobreza, pela perda dos meios de subsistência e da perspetiva de um futuro melhor. Temos uma responsabilidade para com as próximas gerações”, afirmou Michel Roy.
“A ‘Laudato Si’ tem sido uma fonte incrível de força e inspiração para o nosso trabalho. O que queremos ver agora é um compromisso político real com a justiça climática e uma resposta ativa ao apelo do Papa Francisco em relação ao respeito da nossa casa comum”, disse, por sua vez, a secretária-geral da CIDSE, rede internacional de 18 organizações católicas para o desenvolvimento.
Josianne Gauthier, que esteve em Portugal, a 14 de março, espera que os líderes mundiais “assumam compromissos sérios” em 2018.
O programa do simpósio internacional inclui um debate entre gerações, com um grupo de 30 crianças, testemunhos de cinco jovens dos cinco continentes e “dois importantes representantes” do norte e do sul do planeta.
O encontro vai ser transmitido em direto pelo sítio online – laudato-si-conference.com -e acompanhado nas redes sociais com a hashtag (palavra-chave) #LaudatoSi3.
O prefeito do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Peter Turkson, anunciou que os participantes vão pedir ao Governatorato e à Secretaria de Estado do vaticano para se limitar e mesmo evitar o uso do plástico no pequeno Estado.
CB/OC