Igreja/Ambiente: Papa defende aposta na energia solar, apontando a «neutralidade climática»

Carta Apostólica «Irmão Sol» anuncia construção de central agrovoltaica para garantir necessidades do Estado do Vaticano

Cidade do Vaticano, 26 jun 2024 (Ecclesia) – O Papa anunciou hoje a construção de uma central agrovoltaica para garantir as necessidades energéticas do Estado do Vaticano, pedindo um esforço internacional para atingir a “neutralidade climática”.

“É necessário fazer a transição para um modelo de desenvolvimento sustentável que reduza as emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera, com o objetivo da neutralidade climática”, escreve Francisco, na carta apostólica ‘Irmão Sol’, publicada pela sala de imprensa da Santa Sé.

O texto, que se inspira numa expressão de São Francisco de Assis, sublinha que a humanidade “dispõe de meios tecnológicos” para enfrentar a transformação ambiental, com destaque para energia solar, enfrentando as “perniciosas consequências éticas, sociais, económicas e políticas” da emissão de gases com efeito de estufa.

Com a carta encíclica ‘Laudato si’ sobre o cuidado da casa comum, de 24 de maio de 2015, convidei toda a humanidade a tomar consciência da necessidade de mudar os seus estilos de vida, de produção e de consumo, para combater o aquecimento global, uma das principais causas do qual é o uso generalizado de combustíveis fósseis”.

Em julho de 2022, a Santa Sé aderiu à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas.

“Com este instrumento, pretendi contribuir para os esforços de todos os Estados no sentido de oferecerem, de acordo com as suas respetivas responsabilidades e capacidades, uma resposta adequada aos desafios que as alterações climáticas colocam à humanidade e à nossa casa comum”, explicou o Papa.

Francisco confiou agora ao governo do Estado da Cidade do Vaticano e à Administração do Património da Sé Apostólica (APSA), a tarefa de construir uma central agrovoltaica, situada no espaço de Santa Maria di Galeria, cerca de 30 quilómetros a norte do Vaticano, onde se encontram as antenas emissoras da rádio pontifícia.

A nova central deve assegurar “não só a alimentação da estação de rádio aí existente, mas também o completo sustento energético do Estado da Cidade do Vaticano”.

A energia agrovoltaica procura aproveitar a mesma superfície de terreno, tanto para obtenção de energia solar quanto de produtos agrícolas.

Francisco nomeia os responsáveis do Governatorato do Vaticano e da APSA como comissários extraordinários, para este projeto.

Em novembro de 2023, o Vaticano anunciou a implementação de um programa de desenvolvimento da mobilidade sustentável, projetando uma frota composta exclusivamente por carros elétricos, até 2030.

Em 2020, Francisco assumiu o compromisso de “reduzir a zero” as emissões totais, na Cidade do Vaticano, antes de 2050, “intensificando o esforço das questões ambientais já em curso há alguns anos, que possibilitam o uso racional de recursos naturais como a água e a energia, a eficiência energética a mobilidade sustentável, a reflorestação e a economia circular”.

OC

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Agência ECCLESIA

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