Projeto das Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora garante produção durante 20 a nos e, com quatro anos, «o investimento já foi pago», garante a engenheira civil Liliana Alves
Gondomar, 31 ago 2024 (Ecclesia) – As Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora em Portugal instalaram painéis fotovoltaico na Quinta da Azenha (Gondomar), que abastece as comunidades religiosas e um externato e, após quatro anos, “o investimento já foi pago”.
“Os tempos vão evoluindo, as pessoas também, mudam-se os tempos mudam-se as vontades e, de facto, o espaço não é tão pequenino. A casa como é muito grande exige algumas despesas”, começou por explicar a ministra (superiora) da comunidade religiosa da Quinta da Azenha, à Agência ECCLESIA.
A irmã Maria Lúcia acrescentou que uma das necessidades identificadas foi a implementação de “painéis fotovoltaicos para uma economia mais visível”, e para estarem em sintonia a encíclica ‘Laudato Si’ do Papa Francisco, que, “apela a toda a humanidade um amor à Casa Comum”.
As Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora instalaram uma central fotovoltaica com 180 painéis solares na sua Quinta da Azenha, em Gondomar, que produz energia para as casas religiosas neste local e para o seu estabelecimento de ensino, o Externato de Santa Margarida.
A congregação religiosa trabalha com a engenheira civil Liliana Alves, que explicou que um projeto destes começa sempre com um estudo, pelas “faturas de pelo menos um ano de consumos”, para perceberem os consumos reais, “a todos os 15 segundos”, e qual a “quantidade mais equilibrada, a melhor área de produção”.
A responsável técnica sublinhou que, neste projeto, “o consumo é no momento em que está a existir a ação”, existe um consumo diretamente da sua produção, enquanto o excedente dessa energia, que por vezes “ultrapassa um bocadinho” aquilo que as Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora consumem, “é vendido à rede”.
“São coeficientes muito baixos, porque realmente a quantidade de painéis foi dimensionada de uma forma muito coerente. Se tivéssemos feito um subdimensionamento muito grande estaríamos a vender muito à rede, mas isso também não nos interessa, porque efetivamente não é este o fundamento deste projeto”, acrescentou.
A irmã Maria Lúcia realça que “o planeta é de todos” e todos devem “acarinhar esta casa e mantê-la limpa”, lembrando que os Papas – Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI – fizeram “um apelo muito grande ao respeito e à conservação, de modo que seja habitável e agradável estar na terra”.
A central fotovoltaica está a funcionar desde 2020, e, segundo a engenheira civil, “é um investimento com uma perspetiva de 20 anos”, a partir dos 12 anos pode baixar ligeiramente, mas “com quatro anos o investimento já foi pago”.
“Temos aqui ainda muitos anos pela frente para conseguir realmente que isto seja um investimento importante para a instituição e que se justifique fazer, seja para nós, seja para outras entidades”, acrescenta, adiantando que há apoios comunitários para estes projetos.
O “baixo consumo de água” é outra preocupação na Quinta da Azenha e Liliana Alves destacou a escolha dos arbustos do jardim das Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora, que “vão fechando e criam um clima próprio, sendo necessário uma menor quantidade de água”, e toda a área foi automatizada para um tempo de rega muito curto, um critério onde também se vê a “pegada ecológica”.
O Programa ‘70×7’, este domingo, dia 1 de setembro, na RTP2, às 07h30, assinala o início do ‘Tempo da Criação 2024’, com a reflexão da Associação Rede ‘Cuidar da Casa Comum’ e o convite a “mudar estilos de vida”, e apresenta projetos concretos, uma ilha de biodiversidade, na Lisnave, em Setúbal, e para além dos painéis solares a futura horta pedagógica do Externato de Santa Margarida, também na Quinta da Azenha.
HM/CB/PR