Papa elogia empenho das novas gerações e aponta desafios levantados pela inteligência artificial
Cidade do Vaticano, 17 nov 2024 (Ecclesia) – O Papa apela, num novo livro que vai ser lançado esta terça-feira, para a necessidade de ações urgentes que travem o impacto das alterações climáticas.
“O tempo está a esgotar-se, já não nos resta muito para salvar o planeta. Os jovens vão, saem e tomam posição. E não o fazem apenas por si próprios, fazem-no por nós e pelos que virão depois”, escreve Francisco, na obra “A esperança não desilude. Peregrinos para um mundo melhor”.
Francisco admite que os mais velhos “falharam” na proteção do meio ambiente, destacando o “espírito de iniciativa” das novas gerações, “que não querem repetir os nossos erros e se esforçam por deixar a casa comum melhor do que a receberam”.
Passagens do livro foram divulgadas hoje pelo jornal italiano ‘La Stampa’ e pelo portal de notícias do Vaticano.
Apontando ao Jubileu 2025, convocado pelo Papa, a obra é editada por Hernán Reyes Alcaide (Edições Piemme).
Francisco apela a uma “urgente mudança de rumo”, perante os “problemas decorrentes da atual crise ética e socioambiental”, elogiando “projetos que se preocupam em transmitir o património de conhecimentos e os valores da produção alimentar local”, com técnicas e métodos inteiramente ecológicos.
Somos chamados a adotar estilos de vida equitativos e sustentáveis que deem à terra o descanso que ela merece, bem como meios de subsistência suficientes para todos que não destruam os ecossistemas que nos sustentam”.
O Papa sublinha que “novos problemas exigem novas soluções”, apontando aos “dilemas éticos colocados pelo uso omnipresente da tecnologia”.
“Que a dignidade de cada homem e mulher seja a nossa preocupação central na construção de um futuro do qual ninguém seja excluído. Já não se trata apenas de assegurar a continuidade da espécie humana num planeta cada vez mais ameaçado, mas de garantir que essa vida seja respeitada em todos os momentos”, apela.
Francisco pede que a humanidade aprenda com as falhas na resposta à questão ambiental para enquadrar eticamente a “penetração da inteligência artificial em todos os domínios da vida quotidiana”.
OC