Professor universitário destaca aposta do Papa argentino no reforço de princípios cristãos como a fraternidade e a proximidade
Lisboa, 12 abr 2013 (Ecclesia) – Os apelos a uma sociedade mais fraterna, “guardiã” da humanidade e da criação, e a uma Igreja Católica próxima daqueles que estão na “periferia” marcaram, segundo Adriano Moreira, o primeiro mês do pontificado do Papa Francisco.
De acordo com o professor universitário, em entrevista publicada na nova edição do Semanário ECCLESIA, são “cada vez mais” as “pessoas que negam” os valores católicos e se distanciam da “referência” cristã.
Ao fazerem isto, as pessoas acabam por voltar as costas a um dos princípios essenciais da doutrina da fé, a “atenção” pela “casa comum de todos os homens que é a Terra”.
Durante a missa em que assumiu oficialmente o seu pontificado, a 19 de março, o Papa Francisco pediu aos governantes dos países, aos responsáveis políticos, económicos e sociais e a todos “os homens e mulheres de boa vontade” para serem “guardiões da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza”, e do próximo.
Para Adriano Moreira, corresponder a este repto “é urgente e necessário porque o primeiro objetivo dos povos que, pela primeira vez, falam com liberdade na comunidade internacional é ter um desenvolvimento igual às potências dominantes. E, portanto, com os mesmos erros”.
Quanto ao convite que o Papa argentino deixou à Igreja Católica, na sua primeira audiência geral, pedindo particular atenção às pessoas que estão nas “periferias da existência”, maior aproximação “aos esquecidos, aos que têm mais necessidade de ajuda”, o sociólogo considera-o fundamental nos tempos que correm.
“Penso que esse espírito, de atenção aos pobres e de evangelização, tem de chegar a todos os países”, conclui.
A análise de Adriano Moreira ao primeiro mês do pontificado de Francisco vai estar em destaque no programa 70×7 do próximo domingo, a partir das 11h30 na RTP2.
PR/JCP