Presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana alerta para necessidade de «fixar» mais gente em Portugal
Lisboa, 08 jun 2011 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana, D. António Vitalino, disse hoje à Agência ECCLESIA que o aumento da emigração em 2010 está a ser acompanhado pela Igreja Católica.
Segundo dados divulgados esta terça-feira pelo INE, a atual crise económica levou mais de 23 mil portugueses a emigrar no ano passado, o que representa um aumento de 41%.
Para António Vitalino, bispo de Beja, é compreensível que os portugueses “vão para os locais onde há mais trabalho e onde este é melhor remunerado”.
Neste contexto, o prelado lembra que “há muitos mais que emigram para trabalhos sazonais e não se inscrevem nos consulados”.
França, Espanha, Suíça e Alemanha recebem muitos portugueses para “trabalhos sazonais” e “muitos até ficam por lá sem se registarem”.
A importação “de cérebros portugueses” leva D. António Vitalino a aconselhar “uma melhor organização para fixar mais gente” em Portugal.
Perante o aumento do número de emigrantes, o presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana sublinha que este implica uma “remodelação da rede de missões”.
A comissão que trata este setor da pastoral “está atenta” e nota “que existem muitas famílias jovens que estão a emigrar e levam consigo os seus filhos”.
Estes jovens emigrantes “gostam que os filhos tenham catequese na língua materna”, frisou.
Segundo o INE, o número de portugueses que procurou melhores condições de vida fora de Portugal em 2010 foi o segundo maior da década.
Números desta instituição mostram também que a imigração registou uma queda abrupta e foi a mais baixa desde 2001.
LFS/OC