Igreja: Acolher jovens «sem preconceitos»

Conclusões da assembleia plenária do Conselho Pontifício da Cultura apontam mais de uma dezena de «propostas»

Cidade do Vaticano, 09 fev 2013 (Ecclesia) – As comunidades católicas devem “acolher de braços abertos os jovens tais como são, sem preconceitos e juízos moralistas”, sublinham as conclusões da assembleia plenária do Conselho Pontifício da Cultura, que terminou hoje em Roma.

O documento publicado no site da instituição da Cúria da Santa Sé ofecere mais de uma dezena de “propostas” para a Igreja, depois de sintetizar os principais traços que caracterizam as “culturas juvenis emergentes”, tema do encontro que começou quarta-feira.

As instituições eclesiais são convidadas a “ser lugar de escuta para partilhar a experiência de dificuldade real, para gerar simpatia compreensiva pela complexidade das situações”, indica o texto assinado pelo bispo português D. Carlos Azevedo, delegado do Conselho Pontifício.

Para a instituição liderada pelo cardeal italiano D. Gianfranco Ravasi, a Igreja tem de se assumir como “espaço de confronto e diálogo sobre as razões do viver, oferecendo como meta a ‘vida em abundância'”, expressão atribuída a Jesus na Bíblia.

Os participantes no encontro, entre os quais o diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, padre José Tolentino Mendonça, sublinham que as comunidades devem ser “companhia na peregrinação afetiva, cultural, espiritual e religiosa das novas gerações”.

A presença católica terá de estender-se às universidades, redes, bairros e a todos os âmbitos onde a juventude se encontra, com o objetivo de a “acompanhar na passagem à idade adulta”, e não na perpetuação da idade juvenil.

Os cristãos, continua o texto, devem “testemunhar, com coragem e alegria, a presença de Deus na vida simples, no quotidiano”, e ao mesmo tempo “dar confiança e horizontes de futuro aos jovens, diante da profunda incerteza perante uma sociedade cega e surda às suas necessidades”.

Além de oferecerem “palavras e sobretudo narrativas capazes de ‘reencantar’ o mundo”, como “reais alternativas de esperança” ao “mercado”, os católicos são convidados a devolver à juventude “a alegria e o gosto da vida”.

O Conselho Pontifício da Cultura frisa a importância de a Igreja “estar disponível” e ter recursos “para sustentar o caminho interior” e “ser referência espiritual que permita o confronto com o drama da condição humana e os seus limites, como também para abrir de par em par as portas da fé a partir da contemplação, do silêncio, da oração”.

“Acolher o saber e a competência dos jovens, o seu contributo profético, para o bem do mundo, despojados do supérfluo, abertos ao espanto sereno pela vida, conscientes de um bem comum global e ecológico, sem exclusões e formas de marginalização”, constitui também uma prioridade.

As conclusões terminam com a necessidade oferecer aos jovens “a integração em comunidade através de uma profunda relação fraterna e geradora de uma nova cultura, de um novo estilo de vida”.

RJM

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