Igreja/Abusos: Vila Real assume caminho da Quaresma com «coração carregado de dor e tristeza»

D. António Augusto Azevedo destina Renúncia Quaresmal ao Fundo Social Diocesano

Foto Agência ECCLESIA/PR

Vila Real, 22 fev 2023 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real assinala que o caminho da Quaresma, que começa hoje, vai ser feito com “dor e tristeza” perante os dramas dos abusos de menores, das guerras e das calamidades naturais em todo o mundo.

“Fazemos este caminho com o coração carregado de dor e tristeza por causa das notícias dos graves abusos cometidos contra crianças. Levamos também o coração preocupado e angustiado com os infindáveis males da guerra, das injustiças e das calamidades que têm afetado a vida de tantas pessoas inocentes”, escreveu D. António Augusto Azevedo, numa mensagem enviada à Agência ECCLESIA.

O bispo de Vila Real diz que as comunidades católicas sentem “o coração pesaroso e envergonhado com os pecados cometidos por cada um”, praticados por ação, omissão, indiferença ou cobardia, um coração que “não pode deixar de desejar uma autêntica conversão”.

“Não podemos desistir de tudo fazer em ordem a uma purificação da vida da Igreja, de cada família e comunidade, sabendo que tal só será possível se começar por cada um de nós”, explica D. António Augusto Azevedo.

‘Caminho da cruz, caminho para uma vida com abundância’ é o tema da mensagem para a Quaresma 2023 do bispo de Vila Real, que convida a olhar para Jesus que carrega a cruz, que “é a imagem da humanidade ferida bem como o sinal de um Deus solidário com as vítimas de todos os males”.

Só caminhando como povo e com Cristo, em autêntico espírito sinodal, poderemos viver este tempo como tempo de renovação que nos permite evidenciar a marca pascal da fé cristã”.

Segundo o bispo de Vila Real, este é “o tempo de cuidar da vinha do Senhor, a sua Igreja”, de prestar mais atenção à árvore que representa cada comunidade e aos ramos constituídos por cada um, “urge”, por exemplo, estar atento e vigilante para “resistir a todo o tipo de pragas ou ervas daninhas, tenham elas o nome de clericalismo, carreirismo, ambição de poder ou dinheiro”.

“Façamos um sério e eficaz jejum quaresmal, nomeadamente de tudo o que prejudica uma autêntica vida cristã em termos pessoais e de tudo aquilo que obscurece o rosto evangélico que a Igreja é chamada a ter”, acrescenta.

A Quaresma é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), que tem início com a celebração de Cinzas (22 de fevereiro, em 2023), marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência; serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (este ano a 9 de abril).

Na mensagem para a Quaresma 2023, D. António Augusto Azevedo lembra que a esmola e a partilha de bens pelos mais pobres “foram sempre na Igreja sinais decisivos de conversão ao Evangelho”.

Neste contexto, informa que na Diocese de Vila Real a Renúncia Quaresmal destina-se ao Fundo Social Diocesano, que foi constituído para “socorrer e apoiar as pessoas e famílias que passam por maiores necessidades materiais”.

CB/OC

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