Igreja/Abusos: Institutos de Vida Consagrada aprovam participação no modelo de pagamento das compensações

Fundo gerido pela Conferência Episcopal vai ter contributos das dioceses e das congregações religiosas

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Fátima, 18 nov 2025 (Ecclesia) – A Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) aprovou hoje, em assembleia geral, o modelo de participação no fundo de pagamento das compensações financeiras às vítimas de abusos sexuais.

“Foi aprovado que os Institutos participarão de acordo com o modelo proposto pela Conferência Episcopal Portuguesa, reafirmando a importância da comunhão da Igreja Católica em Portugal ao longo deste processo”, indica o comunicado final do encontro, que decorreu em Fátima.

O pagamento das compensações financeiras a vítimas de abusos sexuais, por membros da Igreja Católica em Portugal, vai ser assegurado por um fundo solidário que envolve a Conferência Episcopal (50%), as dioceses (35%) e os Institutos de Vida Consagrada (15%).

As Comissões de Instrução que analisam cada pedido entrevistaram, até ao momento, 72 pessoas: 51 do âmbito de atuação das Comissões Diocesanas, 19 que dizem respeito a Institutos de Vida Consagrada e duas que se referem a ambas (dioceses e institutos religiosos).

Noutros seis casos, as pessoas pediram uma compensação mais recentemente e as entrevistas estão a ser agendadas.

A Assembleia Geral da CIRP permanece unida às vítimas, acolhendo-as e acompanhando-as, e garante o seu compromisso de continuar a investir na formação e capacitação dos agentes pastorais para que os ambientes eclesiais sejam de segurança, proteção e cuidado para todos, evitando a repetição de quaisquer situações de abuso”.

A XL Assembleia Geral da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal começou esta segunda-feira com um dia dedicado ao tema “Comunicação e Vida Consagrada: Inteligência Artificial e Diálogo”, reunindo cerca de 200 participantes.

No segundo dia de Assembleia Geral, os trabalhos prosseguiram com superiores e superioras maiores.

Na palavra de abertura, o presidente da direção da CIRP, padre Adelino Ascenso, sublinhou a existência de movimentos políticos que aproveitam a imigração como “bode expiatório” para os problemas que atingem o país e destacou que deverão ser criadas condições para que os imigrantes sejam acolhidos com dignidade.

Segundo nota enviada à Agência ECCLESIA, o sacerdote assinalou ainda que “os direitos dos trabalhadores devem ser acautelados, atribuindo o salário justo a cada um, e lamentou a atual situação do Serviço Nacional de Saúde”.

A intervenção alertou para uma “derrocada da democracia” e abordou a Cimeira das Nações Unidas para o Clima (COP 30) que decorre no Brasil, lembrando que “só com a justiça nas políticas ambientais será possível ter, verdadeiramente, uma Casa Comum”.

OC

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