Presidente da equipa de coordenação nacional fala em «serviço aos mais frágeis»
Lisboa, 13 fev 2013 (Ecclesia) – O presidente da equipa de Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas de Proteção de Menores, José Souto Moura, considera importante que estes organismos assumam uma postura “de inflexibilidade e de rigor” em relação a toda esta problemática.
“Acho que é importante que as comissões diocesanas assumam uma postura de inflexibilidade e de rigor em relação a toda esta problemática”, disse José Souto Moura à Agência ECCLESIA no dia da divulgação do relatório da Comissão Independente dos abusos sexuais contra as crianças na Igreja Católica, em Portugal.
As comissões diocesanas começaram, em 2019, por determinação do Papa Francisco, mas a pandemia “interrompeu muito os trabalhos”.
Apesar das contingências, criaram-se “regulamentos próprios” e “um manual de boas práticas”, porque estes organismos querem continuar este “serviço aos mais frágeis”, sublinhou José Souto Moura, antigo procurador-geral da República, no Programa ECCLESIA, emitido hoje na RTP2.
O especialista espera que “a imagem negativa” da Igreja nesse campo “desapareça” e que, o trabalho desenvolvido, possa “criar uma credibilidade”.
As Comissões Diocesanas e Castrense para a Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis são constituídas “não necessariamente por clérigos” e “a maioria avassaladora são psicólogos, psiquiatras e juristas”.
Em relação à Igreja Católica em Portugal, José Souto Moura não se apercebeu “de atitudes que se revelem resistentes à investigação e ao sancionamento dos agentes de abusos”.
O presidente da Equipa de Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas de Proteção de Menores tem notado uma “preocupação enorme” de proteção das vítimas e de “clarificação com a maior transparência”.
O Papa Francisco, acrescentou, tem “uma posição que não oferece dúvidas a ninguém”.
As Comissões Diocesanas de Proteção de Menores foram constituídas, de forma interdisciplinar, nas 21 dioceses portuguesas por determinação da Santa Sé e da Conferência Episcopal Portuguesa.
O antigo procurador-geral da República sente que há “uma atitude de transparência” nos trabalhos das comissões.
Em relação aos testemunhos, José Souto Moura sublinha que as pessoas que relataram casos “sofreram momentos dolorosos que não querem recordar”.
HM/LFS/OC
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