Padre Bruno Cescon afirmou 41º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica que o ato litúrgico transmite «valores alternativos à sociedade»
Fátima, Santarém, 28 jul 2015 (Ecclesia) – O jornalista e professor de Liturgia no Pontifício Instituto Litúrgico de Santo Anselmo, em Roma, padre Bruno Cescon, afirmou esta segunda-feira, em Fátima, que a liturgia é um “grande sistema de comunicação global para a modernidade”.
Para o padre Bruno Cescon, que fez a conferência de abertura do 41º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica, a liturgia é uma comunicação global porque a mensagem “é dirigida a todos, é universal”, é um encontro com a pessoa de Cristo e “celebra-se em todo o mundo”.
“É certo que a liturgia não pretende competir com o poder mediático. Parece pouca coisa perante o sistema comunicativo da modernidade. E no entanto é um poder comunicativo”, afirmou o jornalista no encontro sobre o tema “A Comunicação na Liturgia”
Para o padre Bruno Cescon, a liturgia “é sempre instrumento fundamental de diálogo, de comunicação com o mundo, com a cultura moderna”.
“A liturgia tem uma enorme possibilidade de comunicar, isto é de narrar Deus, Jesus Cristo, a vida da Igreja, uma visão do mundo, da história, da salvação, da relação entre os homens, da relação com a natureza”, recordou.
Para o conferencista, a liturgia “comunica por ritos e preces” e transmite “valores alternativos à sociedade”.
“Na liturgia ouve-se, vê-se, toca-se, saboreia-se, e sentem-se os odores. Mas os sinais convidam a olhar para mais além. Na ação ritual dizem, ou melhor realizam pela mediação de Cristo, uma presença que é Salvação”, afirmou.
“A peculiaridade litúrgica está precisamente no método de transmissão, ou seja, na multiplicidade dos códigos, verbais e não verbais, que interagem com a mensagem. A liturgia através de um próprio programa ritual desvela assim uma realidade de fé enquanto a faz existir”, acrescentou.
O professor de Liturgia, no Pontifício Instituto Litúrgico de Santo Anselmo, em Roma, lembrou que a comunicação litúrgica é “existencial”, “modifica a vida” e “refere-se ao sentido do existir”, “à necessidade de salvação para cada homem no dirigir a contingência da vida”.
“Na liturgia está inscrita e é comunicada uma abertura ao Mistério, ao Outro, para se reencontrar a si mesmo. A pessoa e as comunidades são ajudadas a crescer, a criar, a gerar um mundo novo”, referiu padre Bruno Cescon.
“A liturgia não comunica o sono das consciências mas ativa um mundo de valores para a pessoa e a sociedade. É uma comunicação eficaz, em todo o campo, não inteletualística mas experiencial que se serve de uma multiplicidade de códigos comunicativos. A liturgia transfere energias, acumuladas no espaço celebrativo, para outras esferas da vida pessoal e social”, sustentou.
O 41º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica decorre em Fátima até esta sexta-feira.
PR