Igreja: 13 agentes pastorais foram assassinados em 2024

Mártires cristãos vão ser recordados numa celebração especial, durante o Jubileu

Cidade do Vaticano, 30 dez 2024 (Ecclesia) – A Agência Fides, do Vaticano, informou hoje que 13 missionários foram assassinados em 2024, oito sacerdotes e cinco leigos católicos.

Em nota enviada à Agência ECCLESIA, o organismo especializado na informação sobre o mundo missionário realça que “a África e a América registaram novamente o maior número de agentes pastorais mortos este ano”.

No continente africano foram mortas seis pessoas, na América cinco e duas na Europa (uma na Polónia e outra na Espanha).

“Como demonstram as informações fiáveis e verificadas sobre as suas biografias e as circunstâncias das suas mortes, os missionários e agentes pastorais assassinados não estavam na ribalta pelas suas obras ou compromissos, mas trabalhavam para dar testemunho da sua fé na normalidade da vida quotidiana, e não apenas em contextos marcados pela violência e pelo conflito”, assinala a nota.

A lista anual proposta pela Fides não inclui apenas os missionários e agentes pastorais ‘ad gentes’ em sentido estrito, mas considera as definições de “missionário” e ‘missionária’ num horizonte mais amplo e pretende registar todos os católicos envolvidos de alguma forma em obras pastorais e atividades eclesiais que morrem de forma violenta, mesmo que não expressamente em ódio à fé”.

Entre os agentes pastorais mortos em 2024, observa a Fides, encontram-se Edmond Bahati Monja, coordenador da Rádio Maria/Goma, na República Democrática do Congo, e Juan Antonio López, coordenador da pastoral social da Diocese de Truijllo e membro fundador da pastoral da ecologia integral nas Honduras.

“A Igreja de Roma, no Ano Jubilar que acaba de começar, recordará também com gratidão essas testemunhas da fé que deram a vida seguindo Jesus. E a gratidão tornar-se-á oração, súplica para pedir a salvação para todos, a começar pelas multidões hoje aniquiladas nos novos extermínios e nos novos massacres de inocentes da guerra mundial em pedaços”, sublinha a Fides.

Na bula de proclamação do Jubileu 2025, o Papa destacou o testemunho de fé dos mártires cristãos.

“Temo-los em todas as épocas e são numerosos – e talvez mais do que nunca nos nossos dias – como confessores da vida que não tem fim. Precisamos de conservar o seu testemunho para tornar fecunda a nossa esperança”, escreve.

“Estes mártires, pertencentes às diferentes tradições cristãs, são também sementes de unidade, porque exprimem o ecumenismo do sangue. Durante o Jubileu desejo ardentemente que não falte uma celebração ecuménica para evidenciar a riqueza do testemunho destes Mártires”, acrescenta Francisco.

Em julho de 2023, o Papa anunciou a criação de uma “Comissão dos Novos Mártires – Testemunhas da Fé’, no Dicastério para as Causas dos Santos, no contexto da celebração do próximo Jubileu, no Ano Santo de 2025.

A iniciativa vai prosseguir a dinâmica iniciada no Ano Santo de 2000, no pontificado de São João Paulo II.

Segundo a Fides, entre 1990 e 2000 houve registo de 604 missionários mortos, incluindo as vítimas do genocídio do Ruanda (1994), que causou pelo menos 248 vítimas entre o pessoal eclesiástico.

Já nos anos 2001 a 2024, o número total de agentes pastorais mortos foi de 560.

OC

Partilhar:
Scroll to Top
Agência ECCLESIA

GRÁTIS
BAIXAR