A Igreja é uma realidade complexa, ao mesmo tempo humana e divina, temporal e eterna, terrena e celeste, pelo que, dela, só à luz da fé se pode ter um conhecimento verdadeiro. Dizemos, assim, que a Igreja é: mistério, no sentido teológico do termo, de realidade transcendente; e é sacramento, no sentido amplo desta palavra, de sinal eficaz que torna presente esse mistério. Neste sentido amplo, se o primeiro sacramento foi Jesus Cristo, Verbo divino feito homem, para nos revelar e tornar acessível o próprio Deus, o segundo sacramento é a Igreja, pela qual Jesus Cristo cumpre a promessa, feita antes de subir ao Pai, de continuar presente no meio de nós até ao fim dos tempos.
A revelação bíblica, para nos falar da Igreja, mistério e sacramento, recorre à linguagem expressiva das imagens e parábolas. Assim, a Igreja, em parte coincidente com o Reino de Deus, é-nos apresentada como redil, rebanho, agricultura, vinha, construção, família de Deus, templo santo, nova Jerusalém, nossa Mãe, esposa de Cristo. O Concílio Vaticano II, convocado para redescobrir a Igreja (LG, caps.1 e 2), e o Catecismo da Igreja Católica (781-810), depois de evocarem tais imagens, detiveram-se em três, de entendimento mais globalizante e profundo:
a) A Igreja Corpo Místico de Cristo, pondo em evidência a sua unidade orgânica e a sua comunhão vital com Jesus Cristo.
b) A Igreja templo do Espírito Santo, pondo em evidência que, tal como Cristo, concebido, animado e ressuscitado pela ação do Espírito Santo, a Igreja tem, neste Espírito, que a dinamizou no Pentecostes, como que a própria “alma”, enriquecendo-a com os seus dons e carismas.
c) A Igreja Povo de Deus, pondo em evidência o caráter comunitário e visível, e a sua vocação e missão de povo sacerdotal, profético e real, levando a toda a humanidade o conhecimento, a salvação e a graça de Deus.
(Cf. Enciclopédia Católica Popular)