Identidade dos Espiritanos deve ser alargada aos leigos

Capítulo ouve experiências de missionários estrangeiros e apela à partilha económica

O Capítulo dos Missionários do Espírito Santo decidiu aperfeiçoar a articulação entre a congregação e os leigos que pretendem viver de acordo com a identidade dos Espiritanos.

É necessário que "de uma vez por todas deixemos de considerar o carisma das congregações como um exclusivo dos padres e irmãos que nelas professam", declarou o Pe. Tony Neves em entrevista à Agência ECCLESIA. "O carisma espiritano pode ser vivido por qualquer pessoa, desde que se identifique com ele", acrescentou.

Esta abertura, que tem sido pressionada pela "quantidade enorme de pessoas que querem ser espiritanos leigos", constitui um desafio para os membros professos: "Há gerações mais velhas que não percebem muito bem como é que essa partilha [do carisma] pode ser feita", referiu o sacerdote.

Por outro lado, os 24 frades que desde 12 de Julho estão reunidos em S. Domingos de Rana, Cascais, apelaram ao reforço da partilha e da solidariedade com as comunidades da congregação que vivem em extrema pobreza e que presenciam a miséria das populações em que se inserem.

Além da reeleição do Provincial, Pe. José Manuel Sabença, o Conselho Alargado estudou a identidade espiritana e debateu questões relacionadas com a formação e as vocações.

O Capítulo assinalou a abertura solene do Jubileu evocativo dos 300 anos da morte do primeiro fundador dos espiritanos, Pe. Cláudio Poullart des Places.

O encontro termina amanhã, com a missa no Seminário da Torre da Aguilha. A celebração será transmitida pela TVI a partir das 11h10.

Presença dos Missionários Espiritanos no mundo

Um dos aspectos "mais interessantes e originais" do Capítulo foi o testemunho apresentado pelos delegados provenientes de Taiwan, Angola, Cabo Verde, Brasil (Amazónia), Paraguai e Itália.

A presença residual da Igreja, a necessidade de uma adaptação profunda a enquadramentos culturais muito diferentes e a existência de condições humanitárias que precisam de ser resolvidas, foram algumas das realidades descritas.

De entre "a riqueza" dos relatos, o Pe. Tony Neves começou por destacar a situação em Taiwan. A comunidade religiosa no país caracteriza-se pela juventude dos seus membros, em resposta às exigências de aprendizagem da língua e dos novos costumes. Num contexto de primeira evangelização, os espiritanos de várias nacionalidades têm-se deparado com graves carências nos direitos humanos.

Na Amazónia, os membros da congregação procuram defender a natureza e os povos indígenas dos madeireiros e produtores de soja e de gado, que por motivos económicos continuam a "arrasar" a floresta.

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