O ícone de Nossa Senhora de Kazan, que se encontra Capela particular do Papa, no Vaticano, será levado à Sala Paulo VI, no próximo dia 25 de Agosto, durante a Audiência Geral. A imagem será conduzida ao local, em procissão, para ser venerada. João Paulo II presidirá a uma pequena celebração, com cantos típicos da região de Kazan. Logo a seguir, fará uma intervenção e, acto contínuo, entregará a imagem oficialmente ao Cardeal Walter Kasper, chefe da delegação do Vaticano que a levará à Rússia, para ser entregue ao Patriarca Ortodoxo de Moscou e de todas as Rússias, Alexis II. No dia seguinte, quinta-feira, dia 26, a imagem de Nossa Senhora de Kazan, será exposta à veneração dos fiéis na Basílica de São Pedro, no Vaticano. A delegação católica partirá para Moscovo na sexta-feira, dia 27. No sábado, dia 28, solenidade da Assunção de Maria Santíssima para as Igrejas que seguem o calendário juliano, e Dia da “Dormição de Nossa Senhora”, segundo o calendário ortodoxo, a delegação da Santa Sé entregará, pessoalmente, o ícone da Virgem de Kazan ao Patriarca Alexis II, durante uma cerimónia na Catedral da Dormição, no Kremlin. O gesto não entusiasma, contudo, o Patriarca Ortodoxo de Moscovo, para quem a imagem do Papa “é uma fraude”. Alexis II terá mesmo dito ao presidente Valdimir Putin que para devolver uma cópia deste ícone “o Papa não precisa de vir à Rússia”. Esta viagem é um dos desejos que João Paulo II ainda não conseguiu concretizar no seu já longo Pontificado, iniciado em 1978. O Patriarcado de Moscovo critica a Igreja Católica por considerar que o estabelecimento de Dioceses na Rússia é uma forma de proselitismo e porque a Santa Sé terá tomado aquela decisão sem antes informar os responsáveis ortodoxos. O ícone de Nossa Senhora descoberto em Kazan no ano de 1597 é venerado pelos seus poderes miraculosos. Após ter sido roubado da Catedral de Kazan foi transportado para o estrangeiro, passando pelas mãos do exército polaco, tendo os especialistas perdido o seu rasto no ano de 1904. Portugal está ligado à história deste ícone, pois ele reapareceu em Fátima, após ter sido resgatado por um milionário norte-americano, John Haffert, sendo depois oferecido ao Vaticano.