José Diogo Ferreira Martins partilha experiência do encontro que decorreu em Roma
Roma, 13 nov 2025 (Ecclesia) – O médico português José Martins destacou o “grande interesse e a participação global” no congresso internacional «IA e Medicina: O Desafio da Dignidade Humana», da Academia Pontifícia para a Vida (APV), que terminou esta quarta-feira, em Roma (Itália).
O associado e antigo presidente da Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP) caracterizou a iniciativa como um “magnífico encontro”, informa um comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.
José Diogo Ferreira Martins integrou o Comité Científico do Congresso Internacional na qualidade de secretário-geral da Federação Internacional das Associações de Médicos Católicos (FIAMC).
“Com participantes de todo o mundo, o congresso ficou lotado dias antes do início dos trabalhos, com uma centena de pessoas em espera por um lugar, o que levou à abertura da possibilidade de inscrição em formato híbrido, presencial e online, para permitir uma participação mais alargada”, indicou.
O congresso internacional reuniu, durante três dias, investigadores, especialistas e profissionais de diferentes áreas, em destaque para médicos, para refletir sobre os desafios da dignidade humana que se colocam à medicina na era da inteligência artificial.
“Primeiro que tudo, destaco a mensagem que o Papa nos dirigiu no início do encontro, um verdadeiro apelo à responsabilidade ética e à salvaguarda da dignidade humana na era da inteligência artificial”, recordou o médico cardiologista pediátrico.
Na mensagem dirigida aos participantes do encontro, que foi coorganizado pela FIAMC, Leão XIV apelou a um desenvolvimento da IA e das inovações médicas que levem em consideração a dignidade humana, alertando para os “interesses económicos” que estão em causa.
“O desenvolvimento tecnológico trouxe – e continua a trazer – benefícios significativos à humanidade. Contudo, para que haja verdadeiro progresso, é imprescindível que a dignidade humana e o bem comum permaneçam como prioridades inabaláveis”, afirmou o pontífice.
Entre os vários momentos do congresso, José Diogo Ferreira Martins salienta “a conferência do professor João Pereira, diretor executivo da Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa, dedicada ao tema Das experiências aos impactos positivos e questões problemáticas”.
“Foi magnífica e suscitou grande interesse dos participantes, durante e após a sua conclusão”, recordou.
O secretário-geral da FIAMC teve também o papel de apresentar e moderar alguns painéis, destacando a mesa-redonda da responsabilidade dos jovens médicos, da Societas Lucae (a secção de jovens da FIAMC), onde, de forma profunda, clara e corajosa, foram abordados temas como O que é ser humano?”.
Concluído o encontro, o antigo presidente da AMCP refere que “permanecem algumas perguntas, mas fica a vontade decisiva de o Vaticano, em colaboração com os médicos, de olhar para este tema decisivo da IA e o seu impacto na Medicina e tornar-se o centro da reflexão que explora as potencialidades e aponta os riscos desta revolução” que hoje se vive.
No final do congresso internacional ‘IA e Medicina: o desafio da dignidade humana’, que decorreu desde segunda-feira, a Academia Pontifícia para a Vida apresentou uma declaração que propõe critérios éticos e clínicos para o uso da inteligência artificial na saúde, reforçando a primazia da pessoa doente.
O texto é assinado por monsenhor Renzo Pegoraro, presidente da APV, e Bernard Ars, presidente da Federação Internacional das Associações de Médicos Católicos.
O encontro encerrou com uma celebração eucarística presidida pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, celebrada no altar da Cátedra na Basílica de São Pedro.
LJ/OC
