Hostilidades não se curam no campo da carnificina, defende D. Januário Torgal Ferreira

XXIX Peregrinação Nacional da Diocese das Forças Armadas e de Segurança a Fátima

Sob o lema “Sinal da Cruz”, militares e agentes de todos os ramos das Forças Armadas e de Segurança de Portugal juntaram-se em Fátima onde, nos dias 17 e 18 de Junho, participaram na 29ª edição da Peregrinação da Diocese das Forças Armadas e de Segurança. Na Eucaristia que marcou o final da peregrinação, na manhã do dia 18, esteve o Ministro da Defesa Nacional, Augusto Santos Silva.

D. Januário Torgal Ferreira, bispo do Ordinariato Castrense, presidiu à peregrinação que juntou largas centenas de militares e agentes, antigos combatentes, e seus familiares e amigos, ocasião em que também foram lembrados “os irmãos que pertenceram às Forças Armadas de Segurança e morreram na paz de Cristo”.

No momento de concentração de todos os peregrinos e de saudação a Nossa Senhora, na Capelinha das Aparições, D. Januário disse “Viemos porque quisemos” e frisou que “liberdade religiosa é para nós plenamente sagrada”.

Já durante a Eucaristia, celebrada na Igreja da Santíssima Trindade, D. Januário fez votos que em Portugal os militares e agentes das Forças Armadas e de Segurança “sejam sempre sinais de fraternidade, de competência e de entrega aos mais simples e necessitados”.

“É demasiadamente séria a paz nacional e internacional para ser reduto de alguns. A paz é uma tarefa de todos, mas as Forças Armadas e de Segurança, na defesa interna e externa, ao protagonizarem a complexidade civilizacional da ordem, protagonizam uma consciência humana da maior projecção. O poder da força de que são actores é, nas mais autênticas circunstâncias, modelo da verdadeira força de qualquer poder”, destacou o prelado.

“Esta a face inteligente de intervenções armadas, onde os riscos são subtraídos e onde as hostilidades se curam não no campo da carnificina, mas nos da cultura diplomática, da informação adequada, da superação de interesses vergonhosos, da convicção da dignidade do ser humano, da valorização da produtividade, como agora se diz, da partilha de bens, mas para todos, e não só para os do costume, do repúdio de enriquecimentos, que metem, calcam, aviltam, e por vezes ainda invocam razões e motivos de bem”, afirmou também.

D. Januário falou ainda da “condição ambivalente da condição humana e da condição militar”. “Podemo-nos alistar na desumanidade, muitos o têm feito. Ou podemos ficar do lado do civilizado e do digno, mesmo com risco da própria vida. É uma situação abraçada por cada um de nós, que não rejeitamos nada o que há de humano e que exorcizamos ou deveremos exorcizar tudo o que é contra-valor e barbárie. Esta é a perspectiva da Igreja do Mundo e no âmbito consequente das Forças Humanas e de Segurança. Este é o paradigma cívico que dá sentido à condição humana”.

Esta peregrinação foi a segunda organizada este ano pela Diocese Forças Armadas e de Segurança ao Santuário de Fátima. A primeira teve lugar em Abril. Tratou-se da 9ª Peregrinação Militar a Fátima a Pé, na qual participaram 187 peregrinos.

De 20 a 25 de Maio os militares e seus familiares estiveram no Santuário de Lourdes, em França, onde participaram na Peregrinação Militar Internacional.

LeopolDina Simões, Sala de Imprensa do Santuário de Fátima

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