Hospitais: Assistência Espiritual e Religiosa e a «questão do morrer»

Lisboa, 28 out 2014 (Ecclesia) – O coordenador do Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa do Centro Hospitalar de Lisboa Norte afirmou que este serviço não se circunscreve à “questão do morrer” e, no atual quadro normativo, tem de ser solicitado.

“Nós acompanhamos os doentes no sentido da relação humana, por vezes batizamos, casamos, confessamos, damos a Santa Unção, a comunhão, celebramos a Eucaristia e também acompanhamos os doentes na sua presença”, revela o padre Fernando Sampaio, em entrevista no quarto andar do Hospital Santa Maria onde se encontra a capela e todos os serviços da equipa de serviço de assistência espiritual e religiosa.

Para o coordenador hospitalar visitar quem precisa é um “privilégio” e “não uma obrigação” e destaca a solidariedade humana deste serviço “no acompanhamento ao doente, no passar pelas enfermarias” para cumprimentar os doentes, saudar os enfermeiros e o pessoal auxiliar.

Segundo o padre Fernando Sampaio existem também pessoas que querem companhia “para conversar de assuntos mais pessoais”: “A sua dor, os seus sentimentos, desafogar a alma e acho que este acompanhamento é algo extraordinariamente importante em dados momentos, como alguém que está deprimido”, exemplifica.

O coordenador do Serviço de Assistência Espiritual e religiosa, do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, que engloba o Hospital Santa Maria e o Hospital Pulido Valente, revela que para a sua vida leva “coisas fantásticas” porque os doentes ensinam-no “a viver a vida, sobretudo enfrentar o sofrimento, a valorizar as coisas mais pequeninas”.

“A sentir quão frágil é a nossa vida mas quão bela é ao mesmo tempo e sentir quão preciosa no fundo é a fé no enfrentamento destas situações, fonte de esperança e alegria e sentido para a vida”, desenvolve.

O padre Fernando Sampaio recorda que em todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde existe um Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa (SAER) com o objetivo de “assistir as necessidades espirituais dos doentes e de todo o pessoal que trabalha no hospital”.

De acordo com o decreto-lei 253/2009 o SAER presta cuidados espirituais e religiosos aos utentes internados e familiares, bem como funcionários e voluntários, respeitando as convicções espirituais e religiosas do utente.

O capelão alerta que para além das placas e setas informativas que indicam a existência de uma capela no hospital é preciso, “cada vez mais”, nas comunidades referir aos cristãos que “devem tomar a noção que podem usufruir deste serviço de apoio”.

“O facto de estar doente não impede que não vivamos a fé. Aliás pelo contrário, quando estamos doentes necessitamos ainda mais de viver a fé e a espiritualidade”, frisa o padre Fernando Sampaio que manifesta a disponibilidade deste serviço de assistência espiritual e religiosa em ajudar os pacientes a “lidar com o próprio sofrimento.

A assistência religiosa hospitalar está em destaque ao longo desta semana no programa ECCLESIA na Antena 1 da rádio pública, a partir das 22h45, no programa Ecclesia da RTP em cada quarta-feira e numa secção do semanário digital Ecclesia

SN/CB/PR

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